La Paura Del Buio - Damiano David.

Diciassettesimo.

Abby Green
Los Angeles, CA

Depois de uma viagem tranquila de Sacramento para Los Angeles, chegamos ao meu apartamento com Bea. As sombras do que havia acontecido na casa dos meus tios ainda pairavam sobre nós, mas a vibração da cidade e a promessa de um novo começo estavam começando a suavizar a tensão.

— Vamos achar um Airbnb para você, — eu disse a Bea enquanto entrávamos no apartamento, tentando soar animada. — Só pelo próximo mês até você terminar a faculdade.

Bea assentiu, mas havia algo em seus olhos que sugeria que ela estava carregando um peso maior do que eu poderia imaginar. Enquanto desfazíamos nossas malas e nos acomodávamos, a tensão no ar parecia crescer. Eu podia sentir que Bea queria dizer algo, mas estava hesitante.

Damiano, sempre perceptivo, lançou-lhe um olhar encorajador.

— Bea, se tem algo em sua mente, você pode nos contar. Estamos aqui para ajudar.

Ela mordeu o lábio, visivelmente nervosa. Finalmente, tomou um fôlego profundo e falou.

— Tem algo que preciso dizer a vocês, — ela começou, a voz trêmula. — Algo que tem me incomodado muito e acho que vocês precisam saber.

Eu sentei ao seu lado no sofá, pegando sua mão para dar apoio.

— Claro, Bea. O que é?

Ela olhou para mim, depois para Damiano, como se estivesse pesando as palavras.

— Eu... gosto de mulheres. E meus tios descobriram isso recentemente. Eles têm feito da minha vida um inferno desde então.

Um silêncio pesado caiu sobre a sala. Eu podia sentir o coração dela batendo rápido através de sua mão, e Damiano, sentado em uma cadeira próxima, parecia ter perdido o fôlego por um momento. A revelação era inesperada, mas ao mesmo tempo, tudo começava a fazer sentido: a tensão em casa, o comportamento controlador dos meus tios.

— Bea, — eu disse suavemente, apertando sua mão. — Você é quem você é, e isso é lindo. Não importa o que eles digam ou façam, você é perfeita do jeito que é.

Damiano se inclinou para frente, sua expressão se suavizando.

— Eu concordo. Isso não muda nada entre nós, Bea. Estamos aqui para você, e vamos encontrar uma maneira de lidar com isso.

Ela respirou fundo, parecendo aliviada por finalmente compartilhar seu segredo.

— Obrigada. — Sua voz estava embargada pela emoção. — Eu estava com tanto medo de como vocês reagiriam.

— Não precisa ter medo — disse Damiano com um sorriso encorajador. — Qual é, você já viu a minha banda, por favor. Além disso, você pode ser quem quiser ser aqui.

Mas eu sabia que Bea precisava de mais do que apenas palavras de apoio. Ela precisava de alguém que entendesse sua situação, alguém que tivesse passado por algo semelhante.

— Sabe,— eu comecei, lançando um olhar significativo para Damiano. — Talvez seja uma boa ideia você conversar com a Victoria. Ela também teve que se assumir e poderia ajudar você a lidar com isso.

Damiano concordou, pegando o telefone.

— Eu vou mandar uma mensagem para ela. Tenho certeza de que ela vai adorar ajudar.

Enquanto ele digitava, Bea olhou para mim, os olhos marejados.

— Eu só não quero ser um fardo para vocês. Já têm tanto com o bebê e tudo mais...