La Paura Del Buio - Damiano David.

Trentatreesimo.

Damiano David
Los Angeles, CA

Eu estava no estúdio, ajustando o som para a próxima sessão de gravação, quando Abby chegou. Ela parecia um pouco ansiosa, mas determinada. Era o dia de visitarmos escolas para Beni, e eu ainda estava tentando me acostumar com a ideia de nosso filho começando a educação formal.

— Pronta para um dia de muitas decisões? — Perguntei, oferecendo um sorriso enquanto desligava o equipamento.

Abby sorriu de volta, mas pude ver a preocupação em seus olhos.

— Pronta.

Enquanto saíamos do estúdio, caminhei ao lado dela, ainda tentando processar a rapidez com que o tempo estava passando.

— Tem certeza de que quer que ele vá para a escola agora? — Perguntei, a hesitação evidente na minha voz. — Ele é tão pequeno ainda... Será que não é cedo demais?

Abby balançou a cabeça, seu olhar firme.

— Eu sei que parece cedo, mas acho que será bom para ele. Beni precisa se enturmar com outras crianças, aprender a se socializar. Ficar o dia todo só com a babá não é suficiente.

Ela estava certa, claro. Mas parte de mim ainda lutava com a ideia de soltar Beni no mundo assim, tão cedo.

— Ok, você está certa. — Concordei relutantemente. — Vamos fazer isso.

Aproveitando o momento, Abby sugeriu algo que eu não havia considerado.

— Também precisamos pensar em uma escola de italiano e uma fonoaudióloga para ele. Notei que ele está confundindo inglês e italiano.

Assenti, percebendo a importância de seu ponto.

— Isso faz sentido. Vamos procurar opções.

— Avisou a babá que vai demorar um pouco mais para chegar em casa hoje?

— Bem lembrado!

Peguei meu celular e liguei para a babá, confirmando se ela poderia ficar um pouco mais com Beni.

— Desculpe por isso, mas Abby e eu vamos demorar mais que o previsto hoje.

— Sem problemas, senhor David, fico com ele quanto tempo for necessário. — A babá respondeu com simpatia.

— Ótimo, obrigado. — Desliguei o telefone e voltei para Abby. — Tudo certo com a babá. Podemos ir com calma e visitar quantas escolas precisarmos.

Nos dirigimos para o carro, e eu dirigi em silêncio, absorvendo a ideia de Beni na escola. Nossa primeira parada foi uma escola bilíngue, que parecia uma boa opção à primeira vista. As instalações eram modernas, as salas de aula bem equipadas, e o currículo parecia equilibrado entre o ensino do inglês e do italiano.

— O que acha? — Perguntei a Abby enquanto caminhávamos pelos corredores brilhantes, observando as crianças em suas atividades.

— Parece promissora, — ela respondeu, examinando uma sala de aula decorada com desenhos infantis. — Mas quero ver outras antes de decidirmos.

Visitamos mais algumas escolas ao longo do dia, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Em cada lugar, trocávamos olhares e sussurrávamos nossas impressões, tentando imaginar Beni ali, se adaptando e crescendo.

— Acho que essa última foi a que mais gostei, — comentei enquanto nos dirigíamos para o carro depois da visita final. — O ambiente parecia acolhedor, e os professores eram muito atenciosos.

Abby concordou, mas com uma ressalva.

— Sim, mas ainda precisamos encontrar uma fonoaudióloga e ver a questão das aulas de italiano que você disse. Quero garantir que ele não tenha problemas com a linguagem no futuro.