Capítulo 2

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O jantar como podem imaginar foi uma maravilha, entre risadas e choros, nos despedimos e desta vez sem uma data marcada para nós vermos novamente mas com a palavra que iríamos manter contato por cartas sempre que possível.
Sendo assim eu, Bruno e Maria seguimos para o quartel.
E no percurso uma mistura de tristeza e ao mesmo tempo ansiedade percorrem o meu corpo.

Logo ao chegar somos instruídos a irmos dormir pois estaríamos de pé às 5 da manhã para a reunião, logo após iriamos partir.

Depois de me despedir de Maria e Bruno, os quais torciam para que todos nós fossemos para o mesmo destino vou direto para o meu quarto. Tomo um bom banho e arrumo as minhas coisas deixando tudo já pronto para amanhã. Antes de dormir me ajoelho ao lado de minha cama e faço a minha oração.

- Meu Deus e Meu Pai,
Tu és o meu refúgio, Tu és o meu abrigo.
Eu não sou forte Pai,
e por mais que eu lute contra esse sentimento de medo, ele ainda quer me dominar.
Aumenta a minha fé.
Pois sei que tudo está no controle de Suas Mãos.
Me capacita Pai, e me usa como instrumento para Tua Glória.
Pois a vitória, vem de Ti .
Cuida da minha família, cuida dos meus amigos e de todos quantos estão conosco.
Em Nome de Jesus. Amém! - E entre lágrimas e sorrisos acabo adormecendo.

Às 5 em ponto eu já estou de pé, depois de orar e de fazer minha higiene pessoal, fico a espera do soar da trombeta nos convidando para ir para a reunião que seria realizada em um galpão, que mais parecia um estádio. Não demora muito e logo posso ouvi-lá tocar, saindo então de meu quarto me dirijo ao galpão encontrando no caminho com Bruno e a María.

- Bom dia, meus jovens! - digo sorrindo para eles.

- Bom dia, o flor do dia! - diz Bruno - Falando assim nem parece que tá ansiosa.

- Ela sabe nos enganar bem! - diz María me dando um empurrãozinho.

- Ok, ok! Estou ansiosa sim, mais é claro, e nem venham com essa pois sei que os dois também estão uma pilha de nervos. Mas, contudo, sinto que irei viver muita coisa a partir de hoje. Sei lá é como se eu sentisse que estou bem perto de descobrir o porquê de eu ter vindo pra cá. - digo sentindo meu coração acelerar.

- Eu só espero que fiquemos juntos... - diz María e a olho ja emocionada. Não sei porquê mais tinha certeza de que os nossos caminhos iriam se separar.

- Eu também, não quero ficar longe de vocês! Vocês foram presentes que Deus me deu aqui e são como irmãs pra mim. Bem, pelo menos uma é... - falou Bruno.

- O que você disse, Bruno? - pergunta Maria.

- Quem eu? Esquece! Olha já estamos chegando. - fala mudando de assunto.

Eu e Maria nos olhamos e sorrimos com as atitudes de Bruno. Quando se tratava de ser um bom soldado, ele era ótimo, já se expressando se embolava todo.
Procuramos um bom lugar na arquibancada e ficamos esperando os outros chegarem. Assim que todos chegam a reunião começa.
Depois de uma breve oração ao qual o nosso capitão não dispensava, ele diz:

- Sei que todos estão aqui muito ansiosos e creio que com medo também. Mas quero que saibam que onde quer que vocês estiverem Deus estará com vocês. Dito isso, vamos direto ao assunto já que não podemos perder tempo, pois logo todos vocês estarão indo em direção ao seus destinos.

E assim cada nome vai sendo dito, assim como o destino ao qual cada um iria. Chegando a vez da María e do Bruno além de mais 15 soldados, eles seriam mandados para um dos acampamentos de refugiados na Itália para ajudar na proteção e no cuidado de todos. Ao ouvir isto foi impossível não sentir uma vontade enorme de chorar, contanto, ali não era o momento.
Logo em seguida ouço o meu nome juntamente com os dos soldados restantes.

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