Capítulo 14

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- Tio Tiago! - Grita a pequena assim que seus olhos contemplam os do tio, que ainda estava com o olho roxo e o braço enfaixado devido a uma torção no mesmo enquanto se rebatia para se livrar das cadeias.
Ela sem demoras, mas com todo o cuidado corre e o abraça, o mesmo não demora em retribuir. Quanta falta a sua pequena lhe fazia, três dias eram como três anos longe de sua menina.

- Quantas saudades, minha pequena! Até parece que eu fiquei três anos longe de você. - diz beijando o topo da cabeça da menina.

- Eu achei que tinha te perdido, assim como perdi o papai e mamãe. - ela se pronúncia enquanto chora nos ombros de seu terceiro papai como a mesma brincava, já que o primeiro era o seu PAPAI do Céu, o segundo o seu de sangue e o terceiro o seu papai do coração.

- Você não me perdeu querida, olha eu aqui! - diz e afasta o rosto da pequena - Olhe bem pra mim Ayla, eu nunca vou deixar você! Está bem? Nunca! Você é minha filha, minha filha do coração e como seu papai eu prometo que não vou deixar você e que vou pegar no seu pé todos os dias da sua vida! - completa pegando no pé da menina e fazenda cócegas, o que a leva a sorrir e por conta de não estarem bem apoiados os dois caem no chão.

Com uma certa distância dos dois Viviane observa a cena e por uma fração de segundos imagina como seria viver ao lado dos dois, e sem se dar conta um sorriso se abre em seus lábios.

- Está bem... está bem.... Chega, tio! - pede a pequena tentando parar de rir.

- Te amo, Ayla.

- Também te amo, papai.

- Bem, eu só espero que eu não tenha sido esquecida, pois eu também quero um abraço desses. - fala Viviane fazendo um biquinho levando os dois a rirem de sua cara de cachorro que caiu da mudança.

- Tia Vivi... - diz Ayla e corre para os braços da mesma. Que também não se encontrava tão bem, pois um corte no supercílio e ao lado de seus lábios assim como alguns hematomas em seus braços denunciavam as agressões que ela havia sofrido.

- Ah, Ayla quanta saudade eu senti de você!

- Eu também tia! Orei muito por você e pelo papai. Eu não queria perder vocês e o PAPAI do Céu ouviu as minhas orações e trouxe vocês pra casa. Eu amo você, tia Vivi.

- O SENHOR é Bom, nunca esqueça disso Ayla. Eu também amo você pequena, muito! - fala e enche a mesma de beijos, para logo em seguida fazer cócegas nela.

- Agora vamos, se não vamos perder o início do culto. - diz o Capitão com um sorriso de pura felicidade, por ver em sua frente um sinal de confirmação a respeito de seus sentimentos para com a soldado, pois ele não desejava  ter ao seu lado uma  mulher bonita ou cheias de qualidades aos quais o mundo dizia ser, mas uma mulher virtuosa vinda direto do coração de Deus para junto com ele formar uma família.

Vivi se despede da pequena, e de Tiago e vai em direção a sua tenda. Assim como ele e Ayla, a qual foi deixada no orfanato para se preparar para o culto.

Depois de mais ou menos uma hora e meia os três jaziam prontos indo em direção a praça da cidade a qual foi escolhida para realização do culto daquela noite visto que a igreja não conseguiria acomodar a todos que estavam presentes.

- Cumprimento a todos com a Paz do Senhor?

- Amém!

- Irmãos, eu estou transbordando de alegria nesta noite.. - assim o Comandante Márcio da início ao primeiro culto após o fim da guerra.

A alegria sentida pelo mesmo era compartilhada por todos naquela noite. A guerra havia acabado, famílias estavam reunidas outra vez, pessoas haviam sido salvas, e assim como cada um deles estava alegre e em festa, o céu também estava.

- Eu creio que assim como cada um de nós, o céu também está feliz pelas vidas que foram salvas nesta tarde. Sendo assim antes de darmos início a pregação, eu convido a todos a ficarem de pé para fazermos uma oração ao nosso Deus por todas as almas que estão aqui presentes. - E diante do pedido do Comandante que nesta noite exercia não só o seu papel de Comandante, mas de Pastor, todos ficaram de pé, e assim ele inicia a oração;

- SENHOR, nosso Deus e Pai! Quão gratos estamos a Ti, pelo teu amor e pela Tua misericórdia.
Toda honra e glória sejam dadas a Ti, Senhor, pois somente Tu és Digno. Quão felizes estamos SENHOR, por cada um que está aqui presente, pelas almas que foram salvas, as quais pedimos por elas neste momento, para que o SENHOR venha a firma-las em Sua Presença e lhes dá graça e força.
PAI, obrigada pela Tua paz, por está guerra ter finalmente chegado ao fim, a Deus como o Senhor é Bom, pelos livramentos, por todas as coisas nós te agradecemos, Em Nome de Jesus Amém! - Chegada ao fim a oração os irmãos tomam os seus assentos e o Pastor pede para que eles abram as suas bíblias no livro de 1 Coríntios capítulo 14 versículo 33.

- Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. Amém?

- Amém!

- O nosso Deus é um Deus de Paz.
Aonde ELE está a Paz.
Não há conflitos, ou guerras, pois ELE não é um Deus de confusão e muito menos quer que vivamos uma vida cheia de tribulações.
Claro que estás viram, mas ELE nos provê da Sua Paz, aquela que excede todo entendimento para que quando estás surgirem venhamos a ter Paz mesmo em meio a elas.
Tudo que vem do Senhor é benção e não nós acrecenta dores. - O Pastor continua o sermão tendo olhos bem atentos e brilhantes sobre si. E a cada parada para respirar e beber um gole de água ouvia se no meio dos irmãos Glórias e Aleluias por parte daqueles que agora eram livres para adorar a Deus.

Após o término do culto os irmãos se reúnem para comer algumas guloseimas que haviam sido preparadas pelas mãos bondosas e bem preparadas de algumas mulheres tanto de Jerusalém, quanto de Nínive. Viviane e Tiago jaziam acomodados no banco da praça onde o culto havia sido realizado conversando nada mais, nada menos, do que com Diego.

- Não consigo acreditar que perdi isso!

- Eu sei que você está louca pra dizer eu te avisei! Pode dizer, eu não me importo! - diz ele em meio a um sorriso contido.

- Ok, ok! Eu te avisei. Ninguém consegue resistir a ELE, Diego. Estou muito feliz em saber que você abriu o seu coração para Deus e agora além de ser meu amigo, é meu irmão em Cristo! Ó Glória!!!

Quando os soldados do exército de Nínive estavam se entregando a Cristo foi impossível para Diego resistir a voz do Espírito, o mesmo caiu sobre o seu rosto e entregou a sua vida a ELE, afinal como o próprio disse: Não há outro Igual a Ti, Deus. Só Tu és Deus.

- Estou muito feliz por você meu amigo! E saiba que qualquer coisa pode contar conosco, não é fácil Diego, mas vale a pena renunciar a si próprio para viver pra ELE.

- Tio Diego? - chama Ayla que até então estava brincando com as outras crianças.

- Olá, meu bem! Como você está?

- Estou ótima! - responde sorrindo tirando uma mecha de seus cabelos loiros que insistia em bater em seus olhos.

- Contou aos seus tios que eu cuidei muito bem de você estes dias?

- Sim! Contei que o Senhor me contou historinhas, que ficou comigo até eu dormir, e que me fez companhia no almoço.

- Muito obrigada, Diego! Por cuidar da minha pequena! Eu serei muito grato a você.

- Não foi nada! Afinal, eu também faço parte desta família! Certo, Ayla?

- Certo, tio Diego! - responde e bate continência para o mesmo para logo em seguida cair na gargalhada.

Mais um capítulo pra vocês ❤️

Que Deus os abençoe e obrigada por estarem acompanhando. ❤️

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