Depois de algumas horas de vôo ouço o piloto falando que estávamos chegando e desperto do meu sono que pode-se dizer que foi revigorante .
Não demora muito e aterrizamos no aeroporto da base de Jerusalém. Saímos e vamos direto para um carro que nos levaria as fronteiras da cidade.A cidade de Jerusalém era realmente grande e ficava em frente a única passagem que havia entre os dois países, sendo assim, a cidade era o alvo dos ataques da Babilônia. Não sabe-se ao certo quantos soldados já foram capturados e mortos e muito menos os civis. E ouvir tudo aquilo me deixou com o coração aflito pensando nas famílias, crianças...
"Oh Pai ! Tenha misericórdia de nós .... "
No caminho observo bem a paisagem que por sinal era muito bonita. Jerusalém era uma cidade próspera e diferente de Ninive, cidade que fazia fronteira com a mesma. Jerusalém era cuidada com amor e dedicação pelo prefeito Armando, ele era cristão assim como a maior parte da população.
Já Ninive era uma cidade cujo a fama não era nada boa, o prefeito era cruel segundo alguns, governava a cidade com dureza, com ele não havia misericórdia. Ou era do jeito dele, ou não tinha acordo.Ao avanço do caminho vejo a paisagem mudar aos poucos, no lugar de belas árvores, destruição causada por uns dos ataques que custou a vida de 5 soldados, os quais sem esperar acabaram por detonar uma das bombas que haviam sido colocadas pelos inimigos.
Haviam restado poucos habitantes por ali, muitos deles eram crianças, viúvas, a maioria havia perdido algum ente querido no meio deste confronto. Nós não estávamos lá apenas para proteger as fronteiras, evitar ataques, nós estávamos lá para cuidar destas famílias, e se fosse preciso, dar as nossas vidas por elas.
Enfim, chegamos ao nosso destino. Lá haviam vários barracões, no centro ficava a tenda do Capitão e logo ao lado, ficava o local onde aconteciam as reuniões do batalhão. Fomos direcionados para lá sendo recepcionados assim pelo Comandante Márcio.
- Sejam bem vindos a Jerusalém. -
Todos nós prestamos continência em cumprimento a ele. - Irei acompanha-los no reconhecimento do acampamento e logo após o Capitão Tiago irá conversar com vocês.Sendo assim, seguimos com ele. Ele nos apresenta todo o acampamento, os nossos alojamentos, o hospital que fora construido dentro de uma das igrejas que se localiza ali, o orfanato...
Logo após nos leva para mais perto da fronteira, nos mostrando os pontos que precisavam de mais atenção, pois era um dos locais que davam acesso a igreja onde havia os cultos todos os domingos, por isso deveria ser um lugar mais protegido, pois eles poderiam se aproveitar para atacar, matando assim boa parte da população restante.
Depois de todo o reconhecimento voltamos e fomos para a tenda de reuniões onde o Capitão Tiago estava a nossa espera.Eu não sabia muito sobre ele, apenas que tinha 30 anos e que apesar da pouca idade se comparado a outros capitães, ele tinha uma bagagem carregada de experiências as quais davam a ele o título de um dos melhores capitães já formados.
- Boa tarde tropa! - diz e todos nós o cumprimentamos.
- Boa tarde, senhor!
- Fiquem um do lado do outro, por favor. - Ordenou e assim fizemos.
- Primeiro, quero desejar-lhes boas vindas. E segundo, informa-los que vocês não estão aqui para tirar férias, vocês não estão mais em treinamento, estão numa guerra real. - Acabei por ficar ao lado do meu "querido" colega de equipe, o qual não perdeu a oportunidade de me cutucar.
- Viu, aqui é algo real, não estamos aqui para falar sobre o seu Deus, então por que você não aproveita a deixa e pega as suas malas e volta pra casa onde é o seu lugar? - fala com um sorrisinho debochado ao meu lado.
Quando penso em revidar a voz do Capitão soa ao meu lado:
- Falou algo, soldado? - faz um pausa e lê o nome dele que estava escrito em sua farda - Soldado Diego? - Falou olhando diretamente para ele que perdeu a pose de durão.
- Eu ... eu... Falei sim, senhor! Me perdoe! - pediu Diego e eu tive que me segurar para não rir.
- Gostaria de compartilhar com a turma o seu comentário? Aposto que era algo bastante importante para me interromper? - pergunta Tiago ainda o encarando.
- Não, senhor! - responde Diego.
- Foi o que pensei! Quero deixar bem claro que não irei tolerar nenhum tipo de brincadeira de mal gosto ou falta de respeito. Vocês são colegas de trabalho, e creio que aprenderam que não estão aqui apenas para dar a vida pelos civis, mas um pelo outro se necessário. Pois bem, para trabalharmos juntos precisamos confiar um no outro, ao contrário tudo pode dar errado. Ficou claro? - falou Tiago desta vez olhando para todos seriamente.
- Sim, senhor! - Respondemos.
- Certo! Agora irei designar cada um de vocês para suas respectivas missões. Após isso estão liberados para irem para os seus dormitórios descansar um pouco e arrumar suas coisas. - E assim ele o fez.
Estávamos em 15, então ele nos dividiu em grupo de 5 soldados. E advinhem? Fiquei no grupo juntamente com o Diego.
- Os dois primeiros grupos vão ajudar os soldados que estão fazendo guarda na fronteira. E o último grupo fará a guarda da igreja e do orfanato. Dito isso estão todos liberados!
Assim que ele proferiu isto o cumprimentamos e saímos em direção aos nossos dormitórios. Cada um tinha uma barraca, fiquei feliz ao ver que a minha ficava bem próximo ao orfanato e também da tenda de reuniões. Não era grande e nem muito aconchegante, mas era mais do que suficiente. Arrumo minhas coisas e resolvo orar e ler a Palavra, logo após tiro um cochilo para repor as forças. Pois logo mais a noite estaríamos indo fazer a guarda.
Mais um capítulo pra vocês ❤️
Espero que estejam gostando...
Não esqueçam de deixarem suas estrelinhas e comentários.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Em Meio a Guerra
RomanceViviane com apenas 20 decide ir contra a vontade dos pais quando afirma que a sua vontade era servir no exército. Seus pais queriam que ela fizesse a faculdade de Medicina, mas o coração da jovem ansiava por outros caminhos e tendo a confirmação de...