Acordo com o despertador tocando, o ajustei para tocar meia hora antes da troca de guarda, dando tempo de me vestir e orar antes de ir.
E assim o faço, saindo em seguida observando que ainda faltavam dez minutos para irmos então, vou andando em direção a tenda aonde marcamos de nos encontrarmos com o Capitão. Ele iria dizer quem iria para o orfanato e quem iria para igreja. Ao chegar vejo que alguns soldados já estão presentes faltando apenas dois. Me junto a eles e ficamos na espera pelos outros. Não demora muito e ambos chegam, e assim somos dividos. Eu, o Tenente e Diego vamos para o orfanato, pois a guarda lá estava menor, os outros vão se juntar aos soldados que cuidam da segurança ao redor da igreja.
Ao longo do caminho fico encantada com a simplicidade das crianças, que mesmo estando em um lugar destruído e vivendo sob ameaças, estavam brincando tranquilamente, apesar de já ser noite, algumas com outros amiguinhos, outros com os pais, os poucos que ainda restavam por ali. Antes de chegarmos ao orfanato, uma garotinha que estava no portão vem correndo em nossa direção e, ao chegar bem próximo ao Capitão pula em seu colo dando lhe um abraço.
-Tio Tiago, que saudades! - Não posso deixar de observar esta cena e de achar a coisa mais fofa do mundo.
- Eu também estava pequena. E como você está?
- Bem, graças a Deus. Tio, quem são estes? Nunca os vi por aqui. - Ele a coloca no chão e diz:
- Estes são os soldados Viviane e Diego, são os novos recrutas.
-Ah, sim! A senhorita é muito bonita! - fala com um pouco de vergonha, o que a deixa ainda mais fofa.
- Muito obrigada! - digo lhe dando um belo sorriso em resposta ao seu elogio, - senhorita?
- Ayla.
- Ah obrigada, senhorita Ayla. Você também é muito bonita, igualzinho o seu nome.
- Posso te dar um abraço? - Sou pega um tanto de surpresa com esta pergunta e sem demoras eu digo:
- Claro! - e me abaixo ficando do tamanho dela. Então, a menina vem em minha direção e me abraça bem apertado. Ao tê-la ali em meus braços, aquela criança tão pequena e que já havia visto tantas coisas, tenho vontade de não soltá-la nunca mais, mas infelizmente isso não é possível.
- Ayla?
-Oh sim, tio, perdão. É que o abraço estava tão bom. - diz e nós rimos - Ah, olá tio Diego.
- Olá, princesa! - diz ele e alisa os cabelos da pequena.
- Temos que ir agora! Ayla volte para dentro está bem? E acho que já está na hora da mocinha estar na cama, não acha? - diz e ela se aproxima dele.
- Ah, tio! Queria conversar mais com a tia vivi. - Ele olha para ela e em seguida para mim, fico meio sem jeito com o olhar dele então, abaixo o olhar para a pequena.
- Outra hora está bem?
- Está bem! - Ela se despede de nós com um beijinho na bochecha e corre em direção a porta nos presenteando com um belo sorriso antes de entrar.
- Vamos! Já está na hora da troca de guarda de alguns soldados. - diz ele já de volta em sua postura habitual.
Chegando atrás do orfanato onde estavam os soldados, ele dispensa três deles e nos ficamos em seus lugares, logo mais, antes da manhã chegar haveria mais um troca, até que todos pudessem descansar um pouco.
Ele destina 5 para a parte da frente e os outros cinco continuariam ali.Foi uma noite calma, e eu não achava ruim todo aquele silêncio, aproveitei para orar, louvar mesmo que em pensamento, conversei bastante com meu Pai, inclusive pedindo pelo Diego, para que ele viesse a conhecê-lo e que o Senhor me desse sabedoria e paciência para lidar com ele.
Quando o relógio bateu as doze horas, os guardas que haviam ido descansar retornaram, e mais três foram descansar. Já estávamos no início da madrugada, e o céu estava realmente incrível.
Várias estrelas, uma noite perfeita, como tudo que o nosso Deus faz e ao reparar nelas não pude deixar de recordar de como o Senhor é Bom para conosco mesmo sem merecermos.Depois que os outros três voltaram restavam apenas nós quatro para descansarmos, eu, o Diego, o Capitão e mais um soldado por nome João. Como só podiam sair três, ficou uma certa dúvida: quem iria ficar? Eu confesso que estava cansada e com muita vontade de ir ao banheiro, mais sei também que o outro soldado estava bem mais que eu, então me ofereço pra ficar.
- Eu fico! - falo chamando a atenção dos soldados para mim.
- Não! - diz Diego, - pode deixar eu fico. - Antes que eu pudesse retrucar, somos interrompidos pela voz grave de nosso superior.
- Os dois estão dispensados. Inclusive você João. Podem ir, eu ficarei aqui. - Sem poder retrucar esta ordem, saímos em direção aos nossos dormitórios. Diego vai a frente, já eu e o João ficamos um pouco mais atrás.
- Ele parece não gostar muito da senhorita - diz João puxando assunto comigo, o que agradeço mentalmente, até porque vamos conviver bastante, sendo assim, quero fazer amizade com quantos forem possível.
- É ... Eu sinto muito por ele. Sabe, não faz bem pra gente odiar ninguém.
- Verdade! A senhorita também é cristã?
- Sim! E você?
- Também! Aliás, a maioria aqui é, só alguns poucos que não. Não é a toa que somos um dos países mais evangelizados do mundo.
- Eu fico muito feliz em ouvir isto! É bom estar entre irmãos.
- Sim! Inclusive o nosso Capitão! Ele é um exemplo de fé para nós. Sei que por agora parece que ele é meio carrancudo - diz e eu sorrio, - mas ele é bem legal quando se deixa conhecer.
- Deu pra perceber enquanto ele falava com a Ayla.
- Ah sim, a pequena Ayla é um alegria não só para ele, mas para todos nós. Aliás, todas as crianças, elas nos fazem ver a Deus em tudo, até parecem gente grande falando as vezes. - Falando isso chegamos a minha tenda e me despeço de João que segue seu caminho.
Oro um pouco, como alguma coisa, e me deito, aproveitando para descansar o quanto podia, afinal, um novo dia estava prestes a nascer e com ele, muitos novos desafios e descobertas.Mais um capítulo pra vocês ❤️
Que Deus os abençoe e não esqueçam de deixarem as estrelinhas 🎉
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Amor Em Meio a Guerra
عاطفيةViviane com apenas 20 decide ir contra a vontade dos pais quando afirma que a sua vontade era servir no exército. Seus pais queriam que ela fizesse a faculdade de Medicina, mas o coração da jovem ansiava por outros caminhos e tendo a confirmação de...