TᕼE ᑕᗩGE #1

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Acordo ofegante numa espécie de jaula quadrada, aparentemente em movimento, está a avançar demasiado depressa, parece uma espécie de elevador que me está a puxar para cima.

Os meus primeiros pensamentos eram:

Como eu vim parar aqui?

Para onde é que isto me está a levar?

Mas, o mais importante:

Quem sou eu?

Estou em pânico, nem me lembro do meu próprio nome.

Isto assusta-me, demasiado, para ser sincera.

Estou a contar para que isto seja apenas um sonho, porque não acho que seja possível acordar no meio de um elevador em movimento sem ao menos saber o meu próprio nome.

Não me lembro de nada, como é que isto é possível?

Segundos depois, o elevador para. Duas portas se abrem, revelando uma forte luz, iluminando todo o local onde eu acordei com medo daquela escuridão que antes estava estampada naquele sitio.

Tudo o que consigo ver são um monte de rapazes, adolescentes. Engraçado, nem sequer sei qual é a minha idade. Olham para mim como se nunca tivessem visto uma garota. Não me perguntem como é que eu sei isto.

- É uma miúda! - Um rapaz com cabelos aloirados anuncia ao que parecem ser os seus colegas, surpreendido, enquanto olha para mim.

Enquanto todos eles olham para mim.

Não espero qualquer movimento que façam e começo a correr, salto daquele elevador e começo a acelerar os meus passos, freneticamente, o ar a vir-me com mais força para os pulmões, os músculos das minhas pernas já a enfraquecerem, o meu cabelo a ser levado, violentamente, pelo vento.

A questão era que eu nem sequer sabia para onde estava a ir.

- Calhou-nos uma corredora - Ouvi já de longe alguém a gritar, referindo-se a mim.
Tropeço nos meus próprios pés ao ponto de cair num imenso relvado, isto nem chão era, era...relva.

Tudo o que não consegui perceber naquele momento por ter tanto medo, consigo ver agora.

Rapidamente me levanto, não tendo nem tempo de pensar se isto foi embaraçoso, por tanta gente ter-me visto no momento em que eu caí.

Ouço vozes alguns metros atrás de mim, não os consigo ouvir ou ver. Estou demasiado preocupada a tentar perceber toda esta situação em que estou envolvida.

Nunca vira nada assim, um grande muro construído à minha volta, cheio de árvores, dando a entender de que, talvez já estava ali a algum tempo.

Não eu, mas sim o muro.

*

Sou levada para uma espécie de jaula, isto sim é uma jaula.

Mas uma jaula feita com pedras e galhos, feita pelo homem, ao que parece.

Na verdade, quando estava a correr, pude reparar que não havia nada que tenha sido construído a não ser pelo homem.

Nada muito profissional, talvez sejam uma colónia, e que talvez me queiram matar, por algum motivo.

Mas o que mais me está a preocupar é não saber quem eu sou, nem sei o meu próprio nome, talvez nem tenha um.

Isto é de loucos.

Assusto-me com uma figura de um homem de cor negra, interrompendo a minha curiosidade de ter estado a ver o que havia fora desta porta feita de galhos.

- Ora olá, caloira - Ele diz, aproximando-se da porta, enquanto eu me afasto. - Não vais correr, outra vez. Pois não?

Não me mexo, não sei o que dizer, nem sequer sei por onde começar.

Mas não me parece que o mesmo seja uma ameaça.

Numa questão de segundos, ele abre a porta que me estava a incapacitar de ir lá para fora.

- O meu nome é Alby - Ele informa depois de limpar a sua garganta. - Consegues-me dizer alguma coisa sobre ti? Quem tu és, de onde vieste?

A questão é: eu nem sei os meus gostos, nem sei como é a minha aparência.

E continuo sem saber como me chamo

- Não... - A minha voz saiu mais como um suspiro.

- Consegues-me dizer o teu nome?

- Não. Eu...não me consigo lembrar de nada. - Digo em desespero, à espera de que ele possa esclarecer todas as minhas dúvidas, talvez. - Porque é que não me consigo lembrar de nada?

Eu já estava a começar a entrar, novamente, em pânico.

- Ei, acalma-te. Relaxa - Ele diz tentando amenizar a confusão no meu olhar. - É normal. Aconteceu-nos a todos nós, também. - O mesmo esclarece, referindo-se ao resto da malta.

- Vais ter o teu nome de volta num dia ou dois. É a única coisa que deixam ficar. - Ele acaba por referir.

- Que lugar é este? - Digo, ainda perdida com toda esta situação.

- Deixa-me mostrar-te - Assim que acaba de falar, deixa cair a sua mão à minha frente, abrindo-a, para eu a segurar.

Dando a entender que quer que eu lhe siga.




𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 - Newt {The Maze Runner} Onde histórias criam vida. Descubra agora