- Um, dois, três... - vou contando enquanto Minho e eu puxamos uma corda de vinhas que eu mesma desencantei para apoiar Alby no topo daquela parede.
Enrolara umas vinhas à volta do seu corpo bem apertado para que não se soltasse por acidente.
Foi a única ideia que me veio à cabeça e espero que resulte.
Tem de resultar.
Novamente, o mesmo barulho ecoava por entre aquelas paredes, mas agora ainda mais perto.
Parecia que se estava a aproximar, cada vez mais.
Talvez conseguia sentir-nos de alguma maneira?
- O que estás a fazer? - digo ainda agarrada às vinhas a tentar puxar Alby para cima, enquanto Minho perdera toda a sua concentração depois que aquele barulho surgiu.
Não está mais a exercer força naquelas vinhas.
Ele estava, novamente, em pânico.
- O que estás a fazer? - pergunto novamente, desta vez impaciente. O mesmo não parava de olhar em direção de onde veio o barulho. Como se estivesse à espera de algo.
- Temos de ir. - ele diz, por fim. Talvez avistara algo, mas não ia deixar Alby aqui sozinho. - Temos de ir! - repete, com agitação no seu tom de voz.
- Não, não, não. - repito a mesma palavra, não querendo deixar uma pessoa que não mereça morrer. - Só mais um bocadinho. - tento convencê-lo, referindo-me ao Alby.
Não era preciso muito mais esforço até Alby estar completamente seguro.
Não era hora de desistir depois disto tudo que fizemos.
Já dava para ouvir o barulho estrondoso, forte e tenebroso de um Griever.
Não estou com curiosidade para saber como é um, nem para dar de caras com a sua figura.
- Minho, fica comigo. Por favor - Digo tentando acalmá-lo, enquanto eu ainda estou desesperada por garantir a segurança de Alby. - Só mais um bocadinho. - repito, mais uma vez, exercendo toda a minha força naquelas vinhas.
Só queria que todos nós pudéssemos sair daqui vivos, incluindo Alby.
Alby teria que ficar pelo menos a alguns metros, longe do chão, para não ser um alvo dos Grievers, aproveitando de que estava inconsciente, não iriam sentir a sua presença.
Nem sequer se iam lembrar de olhar para cima.
- Desculpa, caloira. - ele diz, fazendo-me perceber de que acabara de desistir, por completo, do meu plano.
- O quê!? - questiono confusa, antes mesmo de o ver a correr na direção oposta de onde estava a vir o barulho de um Griever.
Ele abandonou o seu amigo só para se salvar a si próprio.
Nao sei se isso é egoísmo ou covardia.
Talvez os dois.
Prefere abdicar de uma amizade de há mais de 2 anos do que fazer de tudo para tentar salvá-la?
Talvez seja a forma de como ele pensa.
Mas não a minha forma de pensar.
Posso não conhecer Alby por todo esse tempo, mas estou disposta a salvá-lo custe o que custar.
Não é culpa dele que foi picado.
E não estou a fazer isto por mérito, estou apenas a salvar uma vida que merece ser salva.Tento controlar a minha força perante aquelas vinhas, depois que Minho as soltou.
Exercendo toda a força que eu tinha sob elas.Em questão de segundos, colei os meus pés na parede em que Alby estava a ser puxado para cima, tentando reunir mais força nos meus braços magrinhos para não soltá-lo.
O som do Griever estava cada vez mais perto, não tendo mais escolha a não ser esconder-me.
Rapidamente, deito-me e enrolo-me para debaixo de todas aquelas vinhas que serviam para um bom esconderijo, só para o desenrasque.
Tento controlar a respiração ainda a segurar aquelas vinhas que carregavam o corpo de Alby. O som foi-se aproximando cada vez mais e mais. Inusitadamente, avisto uma espécie de garras metálicas a andar diante dos meus olhos.
Era, definitivamente, um Griever.
Só podia ser.
Só não sabia que esta coisa era robótica, sempre pensei que fosse um bicho, talvez um animal.
Mas agora já posso riscar algumas das minhas dúvidas, já alguma vez guardadas na minha mente.O som era tenebroso, cada vez que dava um passo à frente. Fui forçada a tapar a minha boca com uma das minhas mãos para não começar a estremecer, cheia de medo.
Tinha medo de que eu pudesse soltar um grunhido, suspiro, ou qualquer coisa que revelasse o meu esconderijo.Os meus olhos estavam arregalados com tamanha abominação.
Eu estava aterrorizada, apavorada.
Qualquer sinónimo que terminasse em "ada"
Os meus olhos bem abertos e cheios de medo. Sentia a minha cara suar cada vez que ouvia, lentamente, cada passo daquela aberração.
Não tirava o meu olhar das suas garras.
Não me atrevia.
Só espero que não se dê conta de Alby.
- Okay... - Suspiro aterrorizada para mim mesma, a tremer por todos os lados depois do que vira.
O Griever tinha-se ido embora e aparentemente não se apercebeu de Alby pendurado.
Algo positivo, pelo menos.
Olho para o lado ainda presa naquele esconderijo tentando pensar em algo, pensando no que fazer a seguir e avisto um ótimo apoio para atar estas vinhas que ainda estavam nas minhas mãos.
- Alby, agora estás seguro - suspiro para mim mesma, atando aquelas vinhas a um mini tronco bem fininho. - Assim eu espero.... - murmuro, duvidando.
Não demora muito para que eu consiga ouvir aquele Griever de há pouco a aproximar-se de mim, novamente.
Acabo de atar aquelas vinhas, rapidamente escondendo-me atrás de uma parede. A rezar para que aquela criatura não tenha visto o meu, recente, movimento.
Inspiro e expiro calmamente, tentando acalmar-me de toda esta circunstância.
Silenciosamente, acabo por notar de que o Griever não estava mais ali. Não havendo sinal do mesmo.Olho para Alby, ainda pendurado, enquanto verifico se não há nada de errado com o mesmo, depois que o atei.
Continua inconsciente e não parece haver nada de errado com ele.Graças a Deus, aquele Griever não reparar na sua figura.
Senti-me aliviada por meros instantes, não sentindo que tivesse tempo suficiente para respirar.
Expiro todo o meu ar, certificando-me de que, ainda, tinha bastante ar nos pulmões e que se precisasse de correr, não seria um problema.
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𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 - Newt {The Maze Runner}
AksiUma jovem que acordou num lugar desconhecido, sem referências do seu passado, sem um pingo de lembrança, por sorte, recordando-se apenas de como se chama. Encontrando-se em um labirinto gigante quase impossível de escapar, feito por uma organização...