- É o grande dia, caloira. - Minho alega. - Não queres ficar de fora, desta vez?
Não consegui dormir quase nada, ontem à noite. A jaula não é nada confortável.
Não fui feita para isto.
O sol já emitia raios de sol e calor dentro da jaula. Minho aparecera mesmo à minha frente, agachando perante a minha figura.
Continuei sentada naquele chão gélido e duro, a ponderar a sua pergunta.
- Por favor, tira-me daqui. - imploro-lhe, mostrando um sorriso desesperado.
Minho tirara-me daquele sitio e caminhámos calmamente até à grande passagem do labirinto, que naquele momento, se encontrava fechada.
Ao que parece ainda era demasiado cedo.
Pela primeira vez podia ver as portas a abrirem-se.
- Vamos! - Minho determina, correndo para dentro do labirinto, depois que as portas já estavam abertas.
Corremos demasiado depressa para não perder tempo. Atravessámos corredores que eu ainda desconhecia e fomos para diferentes direções.
- Anda. Falta pouco para o anel interior. - O mesmo coordenava, ofegante por correr. - Vamos.
Apenas assenti, deixando que me levasse para onde quer que estivesse programado. Indicou-me para várias direções e eu o seguia para todos os lados, sempre atrás do mesmo.
Minho sabe do que está a fazer e eu preciso dele para que todo este sofrimento possa, finalmente, chegar ao fim.
Começámos por chegar numa parte do labirinto que eu não sabia que existira. Mas, que Minho tinha conhecimento.
Observei com cada detalhe, enquanto continuava a segui-lo. Era uma zona totalmente diferente das que eu já vira. Era uma área mais aberta. Era como se eu estivesse dentro de outro labirinto.
Avistara o número cinco, estampado a vermelho, numa das paredes que encontrara naquele sitio.
A seguir, foi a vez do número seis, estampado numa parede próxima àquela. Deviam ser estas as secções que Minho falara.
Nunca parámos, nem por um segundo, de correr, até chegarmos na secção sete, onde já se via o grande número impresso na parede.
- É estranho. - Minho aponta, deixando-me confusa.
- O quê? - pergunto.
Desistimos de correr, por termos chegado ao nosso destino e começámos a andar, num passo mais lento, mas não tanto para nunca perdermos o ritmo.
- A secção sete só devia abrir daqui a uma semana. - Minho alega.
- Mas que raio de sítio é este? - Pergunto, olhando para várias paredes, demasiado finas de lado.
- Chamamos-lhes "lâminas". - retorque, enquanto caminhava contra estas. Não tive outra opção se não segui-lo.
Inusitadamente, avistara uma regata, ensanguentada, no chão. Lembrara-me que era a roupa que Ben usara no dia em que foi expulso.
Peguei naquilo, enquanto Minho observava-me com atenção quando nos agachámos.
- É do Ben. - Afirmo, analisando a regata, agora vermelha.
- Sim. - Minho murmura, com uma expressão de mágoa.
Só conseguia ver flashbacks de quando fora expulso. Gostava que o seu fim não tivesse que ser aquele.
Teve um fim trágico, infelizmente.
Larguei a regata, deixando-a na posição em que estava e eu e Minho acabámos por nos levantar, com o nosso um minuto de silêncio já prestado.
- Deve ter sido arrastado até aqui por um Griever. - Minho supõe.
Inesperadamente, um barulho vindo de si, interfere nos meus ouvidos. Fazendo-me olhar para o mesmo com o semblante confuso.
Minho apenas analisou a minha expressão, intrigado, tentando distinguir de onde vinha aquele som. Mas eu sabia exatamente que vinha da sua mochila, por isso numa tentativa de o agarrar, virei-o deixando-o confuso e retirei o dispositivo das suas costas.
Já nas minhas mãos, analisei com atenção, o objeto e o som que o mesmo emitia e parecia ser uma espécie de radar.
Como se agora, estivéssemos longe de onde aquilo nos queria levar.Tentei distinguir para que lado fazia mais sentido através daquele mesmo som, enquanto Minho apenas me observava.
Não tirei os meus olhos do dispositivo, podendo surgir algo de novo na máquina.
- Acho que nos está a mostrar o caminho. - anuncio.
Com os meus olhos postos naquela coisa, fui em direção àquelas lâminas, cada vez mais fundo.
- Espera. - Minho ordena, tocando-me no ombro para me deter.
- Por aqui. Anda. - informo, ignorando, completamente, o seu toque.
Cada vez que eu dava um passo, o dispositivo apitava com mais vigor. Levando-me a mais um caminho desconhecido.
A potência aumentara, cada vez que eu me aproximava do único sítio que só nos deixava avançar para à frente.
- Minho, já tinhas visto este sítio? - Pergunto, vagueando os meus olhos ao redor da construção.
- Não. - nega com a cabeça, perplexo.
Aquele lugar apenas tinha um piso largo e extendido, dando a visão de uma grande porta no final.
- É só mais um beco sem saída. - sinaliza, antes de ser interrompido pela porta à sua frente, abrir-se.
O dispositivo acendera uma luz verde no lugar da vermelha e aquela enorme porta abriu-se, como que por magia.
Deu-se uma passagem à nossa frente com um grande círculo ao fundo, como se fosse outra porta por trás de imensas.
- Tens a certeza disto? - Minho pergunta, em dúvida se devemos avançar.
- Não. - hesito, mesmo avançando.
O meu cérebro dizia não, mas o corpo estava curioso e desejoso de que aquilo podia ser algum indício da nossa liberdade.
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𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 - Newt {The Maze Runner}
AcciónUma jovem que acordou num lugar desconhecido, sem referências do seu passado, sem um pingo de lembrança, por sorte, recordando-se apenas de como se chama. Encontrando-se em um labirinto gigante quase impossível de escapar, feito por uma organização...