ͲᎻᎬ ᏴᏞႮᎬᏢᎡᏆΝͲ #22

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- Encontrámos isto. - Alego, referindo-me ao dispositivo nas mãos de Newt. - Estava dentro de um Griever.

- São as letras que vêm nos nossos suplimentos. - O mesmo retorque franzindo a sua testa.

- Sim. - confirmo. - É óbvio que quem nos pôs aqui criou os Grievers. E está é a primeira prova concreta que encontraram em três anos. - Aponto para as suas mãos. - Certo, Minho?

- Certo. - confessa.

- Newt, temos de lá voltar. - anuncio, enquanto o mesmo me dirige um olhar inseguro. - Quem sabe onde isto nos conduzirá?

Um silêncio instalou-se naquela sala, podendo observar a expressão de todos os que me rodeavam.

Gally, por sua vez, dirigiu-me um olhar ríspido, voltando a olhar para o loiro ao seu lado enquanto arqueava as suas sobrancelhas.

- Percebes o que ela está a tentar fazer, não é? - pergunta a Newt ao seu lado com os braços cruzados, enquanto arrebita as sobrancelhas. - Primeiro, viola as regras e depois tenta convencer-nos a abandoná-las por completo. - Nega, incrédulo, com a sua cabeça. - As regras são a única coisa que nos tem mantido seguros. Porque estamos a questiná-las agora? Se o Alby estivesse aqui, concordaria comigo.

Ele é inacreditável.

Está a tentar manipular o Newt metendo Alby na conversa.

Abano a minha cabeça em sinal de desilusão e espero ouvir uma resposta coerente saída da boca do loiro.

- Esta "chanco" tem de ser punida. - acaba por dizer, deixando-nos completamente alarmados com as suas palavras.

Dou por mim a olhar fundo nos olhos de Newt que me prometera que não me ia deixar mal, que nada de ruim me iria acontecer.

Newt, por outro lado, cede o dispositivo que estava em suas mãos a Minho nunca parando de me fitar.

- Tens razão. - o loiro declara, sentindo um calafrio na espinha com o seu comentário. Será que ouvi bem? - A Claire violou as regras. - diz com uma expressão calma. - Uma noite no poço sem comida.

- Por favor, Newt! - Gally por outro lado, manifesta a decisão do mesmo. - Uma noite no poço? Achas que vai impedi-la de entrar no labirinto? - pergunta retoricamente, agitado enquanto me dirige um olhar severo, longe de si.

- Não. - o mesmo pestaneja. - Não podemos ter não-corredores a entrar no labirinto quando lhes apetece. - dou por mim a assentir com a cabeça enquanto penso nas minhas ações. Ele tem razão, por mais que custe aceitar. - Por isso, tornemos oficial. A partir de amanhã, és uma corredora.

Defiro um leve sorriso, entre os meus lábios, a Newt sem chamar muita atenção dos outros, como agradecimento pela sua decisão.

Deixo desvanecer totalmente o meu sorriso quando dirijo o meu olhar para Gally, que se torna rígido quando me retribui o olhar.

Confesso que me deu algum prazer em ver Gally tão chateado com a decisão de Newt. Merecia uma foto.

O mesmo, por sua vez, decidiu-se ir embora, aceitando a sua derrota. Claro, à maneira dele. Ficou totalmente ofendido com a forma que lhe tratámos.

Gally é um completo idiota.

Fry decidiu ir ao seu encontro para tentar aliviar a sua cólera.

- Obrigada, Newt. - digo mordendo o meu lábio inferior, deixando escapar um sorriso.

- Fiz tudo o que pude. - Diz assentindo.

- Fizeste o que tinha de ser feito. - aproximo-me do mesmo - Uma noite no poço não deve ser assim tão mau, é melhor do que estar com os Grievers.

Newt sorri antes de selar os nossos lábios e apoiar as suas mãos na minha cintura, deixando um aperto na zona.

*

- Onde é que vamos? - Pergunto a Minho enquanto quebrara a promessa de nunca mais meter cá os pés nesta floresta.

Tentei afastar algumas ervas daninhas à minha frente de tão grandes que estavam, enquanto bloqueavam o caminho.

Minho ia à frente enquanto me guiava a uma cabana que nunca vira antes.

Ao entrar, deparei-me com uma grande sala cheia de cadeiras velhas à volta e um grande lençol no meio que cobria algo enorme.
Haviam vários quadros cheios de números e várias versões do labirinto.

Pergunto-me o que será que isto é e para que serve. E porque está numa localização tão afastada das outras construções.

Será que todos sabem da existência desta cabana?

Minho, chegou-se mais perto do lençol e retirou, velozmente, da superfície que o objeto cobria.
Captando uma grande planta do labirinto feito com pauzinhos e cola.

- É o labirinto. - começa por dizer, enquanto apoia as suas mãos na mesa redonda que sustentava o esboço do labirinto. - Todo.

- Como assim "Todo"? - explano, copiando a posição do mesmo. Deixando-me mais à vontade naquele sitio. - Pensava que ainda estavavam a mapeá-lo.

Pelo menos foi o que Newt me dissera. Ou será que me estava a mentir?

- Não resta mais nada para mapear. - Minho retoque, deixando-me desorientada com a sua resposta. - Eu mesmo percorri cada centímetro. Cada ciclo. - começa - Cada padrão. - um minuto de silêncio instala-se na sua fala, enquanto examina aquela planta. - Se houvesse uma saída, já a teríamos encontrado.

- Porque é que não contaste isto a ninguém? - pergunto, precorrendo o meu olhar para onde o mesmo visualizava.

- A decisão foi do Alby. - Minho responde, agora saindo da sua posição anterior e indo ao meu encontro. - As pessoas precisavam de acreditar que tínhamos hipóteses. - expõe, já ao meu lado. - Mas talvez, agora tenhamos uma hipótese real. - diz entregando-me o dispositivo que tirara da sua mochila - Olha para isto. - preceitua levando-me a olhar para o labirinto construido pelo mesmo. - Há um ano, começámos a explorar estas secções exteriores. Encontrámos uns números escritos nas paredes. Secções um a oito - explica enquanto me guia com o seu dedo indicador numas pedras com os devidos números. - Funciona assim: todas as noites, quando o labirinto muda, abre-se uma nova secção. Hoje estava aberta a secção seis - afirma apontando para uma pedra com o número 6 impressa. - Amanhã será a quatro, depois a dois, depois a três... - profere com o seu olhar preso em mim. - O padrão mantém-se sempre igual.

Analiso o objeto que estava em minhas mãos, mais uma vez, tentando ver se não deixara escapar nada.

- O que tem o sete de tão especial? - questiono por ter contastado o mesmo número naquele dispositivo.

- Não sei. - Minho retorque. - Ontem à noite, quando mataste o Griver, a secção sete estava aberta. - informa, já no outro canto da sala. - Acho que deve ser de onde ele vem. Amanhã, tu e eu vamos investigar mais de perto.

Assinto à sua ordem e antes mesmo de lhe poder responder, somos interrompidos por Jeff e por outro Glader que eu desconhecia o nome.

- Ei, o que estão aqui a fazer? - Minho pergunta, alarmado. - Não são permitidos a vir aqui.

- Desculpa, só que... - Jeff começa.

- É a miúda. - O miúdo que eu desconhecera interrompe o mesmo antes de terminar a sua fala.

A miúda.






𝑫𝑶𝑵'𝑻 𝑳𝑬𝑻 𝑮𝑶 - Newt {The Maze Runner} Onde histórias criam vida. Descubra agora