neuf

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Ela concorda, ainda me olhando esquisito, e lhe dou um beijo na bochecha antes de sair.

Espero dentro do hall a mensagem da morena me dizendo que havia chegado porque simplesmente não conseguia encarar Hannah nem um segundo a mais. Pelo menos não enquanto questionava e me olhava estranho todas as vezes.

Logo vejo seu carro preto familiar parando na frente do meu prédio. As janelas eram escuras demais, mas eu reconheceria seu carro de longe, como já se provou.

Abri a porta do passageiro e entrei, surpreendo a morena que estava com o celular na mão, muito provavelmente prestes a me mandar mensagem.

— Eu estava no hall — conto — Não estava sabendo lidar com a Hanna hoje.

Billie balança a cabeça, concordando comigo, e acelera o carro em direção a sua casa.

Como quase todas as viagens de carro que faço com ela, fico a observando da maneira mais discreta possível. Hoje ela usava um moletom preto, o cabelo despojado e os lábios rosados.

Mas dessa vez estava sem os anéis e acessórios que usava quando ia sair, e sem maquiagem.

Mordi os lábios ao pensar que talvez tenha me arrumado demais. Achei que ela notou, porque direcionava seu olhar para mim algumas vezes.

— Está pronta para fazer um currículo? — pergunto, desesperada para quebrar o silêncio.

— Pronta não seria a palavra que eu usaria — solta uma risada fraca.

— Primeiro, eu acho que precisamos nos livrar de tudo que você guarda no seu quarto — tentei lembrar do passo a passo que encontrei na internet — A maconha não é problema, certo? Acho que pode te ajudar. Talvez ficar sóbria de tudo de uma vez seja receita para ter recaídas. O que você acha?

Ela aperta os lábios, e eu sinto que falei demais. As coisas funcionavam assim com ela; eu sentia o tempo todo que falava demais, fazia demais, chamava atenção demais.

— Você que manda, Laura — diz — Você é minha madrinha, não é?

— Isso soa péssimo. Não me chame mais assim — ri — Parece que eu sou um membro da sua família e eu não tenho dinheiro para ser!

Ela faz uma careta engraçada, e sua risada acompanha a minha.

— Quando eu te chamo de boneca você não reclama, né? — brinca.

Meu rosto imediatamente fica quente, e apoio a cabeça contra a janela para que não veja. Faz tempo que não me chamava assim, e por um tempo achei que nem faria mais.

— Eu acho meio ridículo, mas cada um tem sua mania...— ironizo.

Se qualquer amiga minha me contasse que seu respectivo namorado usava esse apelido com elas, eu diria que era ridículo. Mas quando é ela, e quando usa comigo, eu perco minhas convicções.

— Sei — diz, claramente não acreditando no que eu falei.

Estaciona na sua garagem, e encaro a casa com outros olhos já que não estava aqui pelo motivo que geralmente estou.

Quando entramos, ouvi os barulhos dos funcionários que trabalhavam naquela residência, an Alex conversando com alguém e barulhos de saltos altos.

Maggie me vê quando subi o primeiro degrau da escada.

— Laura? Eu te chamei hoje, querida? — pergunta.

Abri a boca para respondê-la, mas Billie me corta.

— Ela está comigo — murmurra, e continua subindo as escadas.

Maggie abre um sorriso e quando sua filha não estava mais olhando, faz um joinha com as mãos em minha direção.

dial drunk // billie eilishOnde histórias criam vida. Descubra agora