Crimson Rivers

Everything

A vida é uma coisa difícil de descrever, não é? Tudo é um conceito do qual não há palavras para explicar adequadamente. Onde começa e onde acaba? E tudo o que está no meio? Quais são as partes mais importantes?

É uma tarefa árdua, mas talvez seja uma tarefa que seja melhor mostrada como memórias feitas ao longo do caminho, uma simples série de instantâneos.

                                 ~•~

"Você tem que me foder aqui."

 "Sirius".

"Você é obrigado contratualmente. Está escrito nas estrelas."

"Sirius".

"Quer dizer, realmente me foda também. Até eu chorar".

"Oi, Sirius", diz Lyall, da tela que Sirius ainda não percebeu, sua voz suave com risos cuidadosamente cobertos por ela.

Sirius chicoteia, de olhos arregalados e horrorizado. "Estou ao telefone", diz Remus, "com meu pai".

"Bom ouvir que vocês dois estão se acomodando", Lyall oferece, divertido.

"Oh não", sussurra Sirius, depois fecha os olhos, cobre o rosto com as duas mãos e desliza pelo comprimento da parede como se sua vida tivesse oficialmente acabado, porque ele é a pessoa mais dramática do planeta.

"Ele está morrendo lá dentro, não é?" Lyall pergunta.

"Lentamente", Remus confirma, e Lyall bufa, puxando Styx de volta quando ele tenta lamber a tela. Remus ri e balança a cabeça. "Certo, bem, eu tenho que ir, pai. Aparentemente, as estrelas têm exigências de mim. Ou apenas uma, pelo menos."

Sirius geme.

"Claro, claro. Tchau, filho", diz Lyall, levantando a voz enquanto seus olhos brilham de alegria. "Tchau, Sirius!"

"Tchau, Lyall", responde Sirius fracamente, corando tão intensamente que o Remus provavelmente poderia acertar uma partida contra ele.

Remus coloca o telefone para baixo quando ele pisca, depois joga o queixo na mão, olhando para Sirius com carinho. "Então, onde estou eu para te foder até você chorar?"

"Em lugar nenhum", declara Sirius tristemente, esvaziado no chão como um balão estourado. "Você não vai me tocar de novo, porque eu sou uma vergonha. Uma tentadora impertinente e imunda corrompendo sua única chance de pureza. Eu sou uma sereia, Remus, cantando para você e garantindo sua ruína, como é da minha natureza."

"Querido, saia do chão e venha aqui." "

"Não, nunca mais vou me levantar."

"Ok, então rasteje até mim", diz Remus.

Sirius abre a boca, fecha e depois o olha. Remus olha para trás. O relógio na parede corre. Sirius fica olhando para ele, e ele lambe seus lábios inconscientemente; seus olhos fazem aquela coisa onde eles ficam todos dilatados e vidrados, e seu rosto todo corado estava desaparecendo antes, agora com certeza está vivo e quente

Remus honestamente não espera que Sirius realmente faça isso. Na verdade, não. Ele nunca – não é como se isso fosse algo que ele sentou e pensou, algum desejo secreto onde ele queria ver Sirius se rastejando para ele, mãos e joelhos no chão de sua casa que ainda estão fazendo ser sua, o vermelho em suas bochechas escorrendo por sua garganta e sob seu colarinho, olhar fixo bem nele e lábios separados.

Sim, Remus nunca pensou nisso, mas Sirius faz isso de qualquer maneira, e Remus será condenado se não for uma das coisas mais atraentes que ele já viu em sua vida; Ele viu esse homem pegar uma lança no ar, então isso realmente está dizendo alguma coisa.