Crimson Rivers

The Interviews

Remus pode dizer que todos estão nervosos. Ele se ofereceu para acordá-los, o que Pandora pareceu grata. Ele começa com James, que ele sabe que geralmente acorda cedo, então não vai haver problemas.

"Bom dia, Remus," James cumprimenta quando abre a porta. Ele soa menos alegre do que costuma soar ao cumprimentar ele.

"Bom dia, James," Remus murmura. "Eu só queria ter certeza de que você está acordado e pronto para o dia."

"Acordado? Sim. Pronto para o dia? Bem..." James faz uma careta e passa a mão pelo cabelo.

Remus fica em silêncio por um instante, então ele diz, "Se isso ajudar, eu acho você muito simpático. Você é gentil e engraçado, James. Duvido que você tenha algum problema para sua entrevista."

"É?" James se anima um pouco com isso. "Obrigado, Remus. Eu estou só

- bem, eu estou nervoso. Não apenas por mim, mas por Regulus também. E

- e também é nosso último dia antes..."

"Eu sei," Remus diz suavemente, seu coração apertando no peito. Ele nunca se apegou a ninguém como servo antes; ninguém se importa com ele, então ele retribui o favor. E ainda assim, quando se trata desse grupo de pessoas - Sirius, James, Regulus e até Pandora - Remus descobre que passou a se importar muito com eles em muito pouco tempo.

James bufa uma risada fraca. "É uma pena que eu vá embora logo. Acho que você e eu poderíamos ter sido amigos."

Há algo tão irrevogavelmente triste nisso, ainda mais porque Remus pode dizer que James fala sério e acredita nisso. Para ele, não importa que Remus seja um servo. Então, Remus mantém sua voz leve enquanto brinca, "Achei que nós já éramos."

"Não, sim, nós somos," James concorda, sorrindo. Ele parece muito aliviado por ter algo para se alegrar.

"Eu tenho que acordar o resto," Remus diz a ele. "O café da manhã já acabou, e você deveria comer."

"Tudo bem," diz James. "Ei, você vai comer com a gente, sim? Sirius gosta quando você faz isso. Bem, todos nós gostamos, mas hoje... Er, você sempre anima ele, só isso. Ele gosta de você, Remus. Muito."

"Eu sei," Remus repete mais uma vez, desta vez com um pequeno sorriso, e os olhos de James brilham com prazer. "Ele não é muito sutil sobre isso." James ri. "Deus o abençoe, ele realmente não é."

"Ele não - faz nada," Remus se arrisca cautelosamente, não totalmente certo de como colocar em palavras o que ele quer dizer.

"Sim, ele não vai fazer," James responde simplesmente, e Remus não consegue parar de franzir a testa. Vendo isso, James suspira. "É - quero dizer, para ser justo, o desequilíbrio de poder é... Bem, eu sei que nenhum de nós realmente fala sobre isso, mas estamos dolorosamente cientes."

"Não é culpa dele, nem de ninguém," Remus aponta. "Não é como se todos vocês tivessem feito isso comigo, e vocês fizeram minha missão aqui mais confortável e próxima da liberdade do que eu jamais vou ter."

"Eu entendo, mas Sirius não vai cruzar um limite," James diz a ele, soando solene. "Nós vemos você como Remus , nosso amigo, mas também sabemos que temos uma superioridade sobre você que nenhum de nós pediu. Nós poderíamos - nós não faríamos, nunca, mas nós poderíamos mandar matar você, ou nós poderíamos obrigar você a fazer... qualquer coisa, honestamente, e é horrível. Não é certo. Nenhum de nós jamais, jamais cruzaria os limites com você, porque você os merece, e você merece que nós os respeitemos."

Remus sente como se houvesse uma faixa apertando em volta de seu peito, só por causa daquela declaração contundente de consideração. São direitos humanos básicos que Remus não tem como servo, e ainda assim todos eles concedem a ele sem questionar. Isso é mais importante para ele do que ele jamais poderia expressar a qualquer um deles. Há apenas um pequeno problema, no entanto.