Crimson Rivers

The Choice

James não sentiu quando a adaga entrou.

Talvez isso seja irônico, mas entre a adrenalina e tudo o que tinha acabado de acontecer, isso genuinamente não foi registrado por ele no começo. Ele estava parado ali, cambaleando com o canhão final que significava que ele iria para casa, e então ele sentiu o calor úmido e pegajoso que ele passou a reconhecer como sangue escorrendo por sua pele. Porque ele reconhece isso agora. Porque ele sangrou o suficiente neste momento para saber.

Assim que ele tocou o sangue, a dor irrompeu. Não era nada como ele imaginava que seria. Uma queimadura pesada e latejante mais do que uma sensação de ardor. Mas estava tudo bem, na mente de James, porque eles haviam vencido. Eles tinham chegado ao fim e estavam indo para casa.

James está cansado de tentar ter esperança. Ele acha que gostaria de parar agora. Ele acha que é melhor não fazer mais isso, porque nunca parece funcionar para ele.

De certa forma, James está quase aliviado. Por mais que ele gostaria de ir para casa, ele aceitou o fato de que não seria capaz de ir uma vez, então é fácil fazer de novo. Ele aceita sem problemas, assim como fez quando fez sua escolha desde o início. Está tudo bem, ele pensa. Vai ficar tudo bem.

Porque, olhe, James fez isso. James ajudou Regulus a chegar ao fim. Tudo o que ele se propôs a fazer no início, e ele fez. Ele não falhou. Regulus está vivo e vai para casa.

Pelo lado positivo, pelo menos Regulus não terá que matá-lo. Pelo menos James sabe com certeza agora que Regulus não pode, e mesmo com esse fato, não é um problema. James está sangrando, lenta mas seguramente, e Regulus não precisa se preocupar com nada.

Embora, honestamente, James tenha falado sério quando disse que gostaria que fosse Regulus. Talvez seja uma coisa estranha e psicossexual, mas ele sente como se estivesse flertando com Regulus e suas adagas o tempo todo, então ser esfaqueado por ele certamente teria sido mais satisfatório. Regulus teria se assegurado de que James sentisse, com adrenalina ou não. Ele não sabe por que isso é tão atraente para ele, mas realmente é.

Talvez James esteja em choque. Talvez James realmente tenha um feitiche por facas. Talvez James esteja apenas apaixonado e queira qualquer coisa que possa obter de Regulus, mesmo que seja a morte literal.

Em vez disso, o que ele consegue são as mãos de Regulus puxando-o para cima e arrastando-o para um dos postes mais próximos deles, encostando James nele e causando-lhe dor, porque ele é tão malvado. Oh, ele é tão malvado. James está loucamente apaixonado por ele.

"Me deixe ver. James, me deixe ver," Regulus engasga, ajoelhando-se ao lado dele, saco jogado no chão e tombado para que tudo tenha caído, todo o conteúdo derramado em sua pressa de encontrar algo que funcione. Ele está pálido.

"Pare," James murmura, estendendo a mão para pegar a mão de Regulus com a que não segura seu estômago, impedindo Regulus de tocar seu sangue. "Você não precisa ver. Não há nada para ver porque não há nada para consertar."

Os olhos de Regulus estão nublados com um filme de lágrimas, sua respiração instável como se fosse uma tarefa árdua. "James-"

"Fique comigo," diz James, deslizando a mão para entrelaçar os dedos deles. Um som quebrado sai da boca de Regulus. "Shh, não faça isso. Está tudo bem, amor."

"Nós deveríamos ir para casa juntos," Regulus choraminga, balançando a cabeça. "Não é justo."

"Eu sei," James concorda, "Mas se não pudesse ser nós dois, sempre seria você."

"Você disse-" Regulus engole, estendendo a mão livre para segurar a bochecha de James. É uma coisa tão gentil para ele fazer, e é tão bom. "Você disse algo quando estava chapado. James, você... Você disse algo sobre me levar para casa, custe o que custar, e aparentemente você fez uma promessa para Sirius de fazer isso? Você estava chapado, então eu imaginei que não era verdade. "