A Lesson

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James sorri para ele, gentilmente, e Regulus não consegue evitar sorrir de volta. É reflexivo. Ele sente a mesma palpitação no coração que sempre sente quando James olha para ele, especialmente quando James está olhando para ele assim.

"Nós teríamos votos?" James murmura.

"Eu escreveria um poema para você," diz Regulus. "Você poderia ler, mas não em voz alta. Só você saberia."

"Oh? Um poema de menino triste só para mim?" James pisca seus cílios, seu sorriso crescendo. "Reg, eu estou honrado."

Regulus bufa uma risada suave. "Triste? No dia do nosso casamento? Não, não seria triste. Nem um pouco."

"Você estaria feliz, então?"

"Sim. Por que eu não estaria?"

"Eu te faço feliz?" James pergunta.

"Você me lembra que a felicidade existe," admite Regulus.

O sorriso de James desaparece lentamente. "Então, por que você está fazendo isso?"

"Fazendo o quê?"

"Você sabe o quê."

"Pare com isso, James," Regulus sussurra, engolindo em seco enquanto examina as feições de James, carregadas de tristeza e dor. "Você sabe por que eu estou fazendo isso. Eu preciso. É... é por você, tanto quanto é por mim. Por favor, me diga que você entende."

"Eu não entendo," James sussurra de volta, e ele se apoia no cotovelo, lágrimas se formando em seus olhos enquanto ele olha para Regulus. "Eu não entendo, Regulus. Por quê? Não tem que ser assim."

"Sim, tem," Regulus engasga.

"Isso não é o que eu quero," James insiste. "Por favor, amor."

Regulus se encolhe quando uma lágrima atinge sua bochecha, molhada e fria contra sua pele. "Você não quer dizer isso. Você nunca diria isso para mim, James. Eu não acredito em você."

"É verdade," James respira, estendendo a mão para a bochecha de Regulus, exceto que o peso de sua mão parece nada mais do que um sussurro de vento. "Desculpe, mas é verdade. Por favor, não faça isso. Eu estou implorando, Reg."

"James," Regulus murmura, então recua novamente quando a próxima lágrima cai em seu rosto, e depois outra, e depois uma mais pesada. Sua respiração fica presa. "J-James? James, não-por favor, pare de chorar. É- eu-eu não posso-"

"A culpa é sua," James diz a ele, mais lágrimas escorrendo, atingindo o rosto de Regulus, seus braços expostos, sua pele. Está molhado e frio, fazendoo tremer e tentar se afastar dele. "É o que você faz. Isso é tudo que você sabe fazer."

"James..."

Regulus dá outra vacilada violenta quando uma lágrima atinge o canto de sua boca, embora não tenha gosto de sal. O deslizamento de água de sua bochecha em sua boca o faz ofegar, engasgando quando mais lágrimas brotam de seus olhos.

E então seus olhos se abrem quando ele acorda e descobre que está chovendo.

Está caindo com força agora, aumentando o ritmo, não é visível no escuro. Ainda é noite, ainda é a primeira noite, e talvez ele tenha dormido algumas horas, no máximo. A chuva o acordou, e a primeira coisa que ele faz é se jogar para trás como se pudesse fugir, mas não há para onde correr.

Distante, Regulus pode ouvir o som de Bellatrix rindo de prazer, sua forma girando na chuva com os braços estendidos, Narcissa rindo de acordo quando ela sussurra como a chuva é gostosa no calor.

Crimson RiversOnde histórias criam vida. Descubra agora