CAPÍTULO 12

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Bom dia/tarde/noite!

Por um instante assim que abri os olhos me senti perdida

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Por um instante assim que abri os olhos me senti perdida. Não era meu quarto. Nem minha cama. Então as lembranças da noite vieram como uma enxurrada. Ele havia saído a procura de outra mulher.

Tentei ignorar o que isso me causava. Eu realmente tinha que parar de achar que o pior sempre já tinha acontecido comigo, porque as pessoas que queriam me magoar, sempre conseguiam se superar.

Ainda sentindo meu corpo todo dormente, me levantei indo em direção ao meu quarto. Ainda era noite, mas logo o dia iria raiar. Me certifiquei que todas as cortinas estivessem bem fechadas, porque ao menos hoje eu não queria ver a luz do sol. Puxei as cobertas, e me enfiei debaixo delas, e antes de apagar as luzes com o controle, peguei um comprimido na gaveta do móvel ao lado, e engoli sem água mesmo.

Só queria apagar pelas próximas horas.

Não fazia ideia do tempo que consegui dormir, mas quando escutei passos pelo quarto abri meus olhos. Lá no fundo eu tinha medo do que poderia encontrar. Lila estava andando de ponta de pé.

- Você deveria levar a sério minha dica de você fazer balé. - ela se assustou colocando a mão sobre o peito.

- Que susto! - ela se aproximou. - Não foi minha intenção acordá-la. - me sentei, encostando as costas na cabeceira da cama. Ela sorriu ao se aproximar. - Então você sobreviveu.

- Sobrevivi. - comentei com certa alegria. Afinal eu realmente cogitei a possibilidade de não estar viva hoje.

- E, então ele foi gentil? - fiquei encarando minha serva e amiga. Lila era o mais próximo que eu tinha de uma amiga.

Ela não tinha nada na vida. Quando Haidar a trouxe para o palácio lembro dele comentar que tinha a comprado em uma das cidades que estava de passagem em uma viagem. Seus pais tinham sido mortos, e ela havia sido feito de escrava e estava sendo vendida em uma feira.

Como pode ter pessoas que fazem isso? Vender pessoas. Eu não consigo imaginar o que ela teria passado se meu primo não tivesse se sensibilizado com a cena, e não tivesse a comprado. Acredito que esse tenha sido o único gesto de bondade que Haidar tenha tido na vida. Apesar de tudo o que ela passou, ela tinha esperança nas pessoas.

Seu sorriso mostrava isso. Ela queria saber se Mustafá havia sido gentil comigo.

- Ele não me matou, acho que isso é um ato de gentileza. - comentei sorrindo. Ela sorriu junto segurando minha mão.

- Eu tenho fé que vai ficar tudo bem. - eu quis muito acreditar em suas palavras. - Eu sei que você falou que ele não te ama, e nem você a ele. Mas por algum motivo Allah uniu vocês dois, tenha fé. - concordei para não estender o assunto. - Vou lhe preparar um bom banho. - ela se levantou. - Você dormiu o dia todo. Vai querer jantar?

- Já é de noite? - ela concordou.

- E, você não teve nenhum pesadelo essa noite. - seu sorriso era tão genuíno. - Acredito que esteja com muita fome. -não sabia dizer se estava com fome ou não. Eu não sentia nada além de um vazio.

INDOMÁVEL Série Maktub / livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora