ELISA
Esse negócio com o argentino foi longe demais. Não era pra ter esse apego a ponto dele sentir saudade.
Que carência é essa, meu Deus?! Alô, São Paulo Futebol Clube, por favor, contrata urgentemente um profissional da psicologia para os jogadores.
Com a mensagem dele, eu acabei me atrasando mais ainda.
Levantei, tomei banho, vesti uma roupa adequada, porque por um instante esqueci que estou na "Terra da rainha", e já ia sair de shortinho.
Fui tomar café, ou seria almoço?! Enfim, tomei um "cafoço", e enquanto procurava por outras imobiliárias, vi meu celular tocando de um número diferente.
Atendi, porque fiquei preocupada achando que podia ser algo com meu avô.
– Alô!? – falei em português porque sabia que era do Brasil.
– Alô. Estou ligando para saber como você está. – ouvi a voz do argentino e a frase era exatamente igual a da música que eu também cantei no carro dele.
– Jonathan. Oi! – foi tudo que minha boca conseguiu pronunciar.
– Desculpa, sei que você não quer mais falar comigo, mas acho que ninguém está rastreando nossos números não. – diz com um riso meio sem graça.
– Tudo bem. Sem problemas! – eu falo tentando processar tudo.
– Queria saber como você está. Vi que está em Londres. – ele diz.
– Sim, estou em Londres. Estou bem, e você como está? – pergunto tentando manter a balança no meio: nem fria, nem aberta demais.
– Estou sentindo falta de conversar com você. – diz na lata, e pelo tom de voz, está sendo bem honesto.
– Eu prefiro que seja assim, não quero ter que ler mais coisas sobre mim na internet. Ser sua amiga me custa muito caro, eu não estou disposta a pagar o preço, desculpa, de verdade. – falei, depois respirei fundo. Acho que fui um pouco cruel com ele.
– Tudo bem. Eu entendo você. Desculpa por está te incomodando, Elisa. Tchau. – ele diz e desliga.
Não deu nem tempo dizer tchau. Mas eu creio que foi melhor assim.
Logo logo ele esquece essa história. O que não falta pra ele é companhia. Tenho certeza que é só ele estalar o dedo que chove torcedora, até de time rival, querendo fazer companhia ao centroavante do São Paulo.
Respirei fundo antes de sair de casa. Deixei uma mensagem pra meu irmão e minha cunhada avisando que não tinha hora pra voltar pra casa.
Estava torcendo para achar uma imobiliária que atendesse os meus desejos, só assim, me livrava dessa tarefa, podia focar no trabalho e depois, passear um pouco pela cidade.
Chamei um táxi, e ele não tardou a chegar. Passei o endereço para ele, e, perturbada do juízo por conta da ligação do Jonathan, eu falei em português.
Claro que o motorista não entendeu nada e rio. Eu ri também, depois informei o endereço, agora sim, falando em inglês.
Alguns minutos no trânsito, o motorista falou que era aquele lugar à minha frente o local a qual pertence o endereço que eu passei.
Desci, fiz o pagamento e antes de entrar pedi a Deus que desse certo logo.
Entrei, fui direcionada a uma sala, dessa vez era uma corretora, uma mulher.
Expliquei minha situação a ela, disse que alugarei com todos os móveis, as únicas coisas que vou tirar são meus pertences pessoais, que vou deixar provisoriamente, na casa do meu irmão.
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PARA SEMPRE - Jonathan Calleri
FanfictionDepois de quinze anos, Elisa vê sua vida mudar novamente, após receber uma ligação. Não estava em seus planos essa mudança, mas tem alguém que precisa muito dela.