CALLERI
Eu estava em casa vendo o dia chegar ao fim na área externa. As nuvens ainda estavam presentes no céu, mas a lua já ocupava o seu lugar.
Senti uma coisa estranha tomar conta de mim, a imagem da Elisa veio à minha cabeça várias vezes, insistindo como se fosse um aviso. Então eu resolvi ir até o hospital onde o avô dela estava internado.
No dia que nós nos conhecemos, ele me falou o nome e eu gravei. Agora entendi porque eu consegui gravar.
Troquei de roupa rapidamente, peguei a carteira e a chave do carro e saí para a garagem. Pesquisei o endereço no Google e coloquei no GPS do carro.
Não sei se era meu sexto sentido, mas eu sentia que ela precisava de mim.
Fui para o hospital e confirmei o que eu estava sentindo. A encontrei arrasada, chorando muito, com os olhos vermelhos e inchados.A trouxe aqui para casa porque foi a primeira ideia que eu tive.
Agora ela estava parada na porta do meu quarto, não conseguiu ficar só no quarto de hóspedes e veio pedir para dormir comigo.
A verdade é que eu fiquei bem preocupado com ela, mas não quis me oferecer para fazer companhia, não temos intimidade pra tanto, ou não tínhamos.
Tentei dormir de todas as formas, mas o sono não chegou. Minha mente só pensava nela, e eu só queria protegê-la desses monstros que estão fazendo-a sentir medo.
Quando ela bateu na porta, automaticamente eu disse “entre”. Foi tão rápido que eu acabei esquecendo que estava vestido só com um short de dormir.
Ela entrou dizendo que estava com medo e com os olhos cheios de lágrimas.
A chamei, ela deitou do meu lado, me abraçou e apoiou a cabeça em meu peito. Parecia uma criança assustada, que acabara de ter um pesadelo.
– Vai passar. Tudo isso vai passar, Lili. Você quer fazer uma oração comigo? – a chamo e ela concorda com a cabeça.
Nós demos as mãos e em silêncio cada um fez a sua oração. Orações diferentes, mas o propósito era o mesmo.
Depois, ela me deu um abraço forte e me agradeceu mais uma vez por todo suporte que eu estou dando.
Eu apenas dei um beijo em sua testa e a gente deitou novamente. Ela me abraçou, eu fiz cafuné em sua cabeça até ela dormir.Hoje de manhã eu achei que ela não ia querer me ver nem pintado de ouro por conta da comemoração, agora ela está aqui, dormindo em meus braços, se sentindo segura e protegida comigo.
[...]
Acordei e levantei com cuidado para não acordar a Lili. Tomei banho no banheiro de uns dos quartos de hóspedes, me troquei lá mesmo e depois desci até a cozinha para tomara café.
Ela ainda não tinha acordado, e eu não ia fazer isso. Deixei o café dela feito e resolvi escrever dois bilhetes: um eu vou colocar no quarto, em cima da mesinha; e o outro eu vou colocar na bandeja com o café.
“Precisei sair para ir treinar, mas se precisar de alguma coisa, me liga. Tem café da manhã para você na cozinha. A casa é sua.” – isso foi o que eu escrevi e deixei em cima da mesinha no quarto.
“Vice, vai ficar tudo bem. Quero que saiba que eu estarei para sempre contigo.” – escrevi e coloquei junto com o café.
Saí de casa, fui para o CT, e assim que cheguei, liguei para o pai dela e avisei que ela estava em minha casa e que estava tudo bem.
Ele deve ter estranhado, mas não me disse nada, só me agradeceu.
O treino hoje vai ser até meio dia, tomara que quando eu voltar, ela ainda esteja lá, assim poderemos almoçar juntos.
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PARA SEMPRE - Jonathan Calleri
Fiksi PenggemarDepois de quinze anos, Elisa vê sua vida mudar novamente, após receber uma ligação. Não estava em seus planos essa mudança, mas tem alguém que precisa muito dela.