PARA SEMPRE - Jonathan Calleri

CINQUENTA

ELISA

Dias depois...

Hoje é o dia das quartas de final do campeonato paulista. Eu não fui assistir o último jogo com o Jonathan, fiquei em casa vendo com meu avô.

Eu sei que ele ficou chateado, mas, em primeiro lugar, vem sempre o meu avô, e o médico não o liberou para assistir aos jogos no estádio.

Hoje o jogo vai ser no Allianz Parque, ainda estou pensando se vou ou se assisto com meu avô.

Eu queria muito ver ao lado do meu namorado, mas meu medo de hostilizada na internet e também pessoalmente, ainda é grande.

Decidi passar o dia com meu avô, agora pela manhã ele tem exames no hospital e como é uma segunda-feira e todos trabalham, sou eu quem vai levá-lo.

Me arrumei, peguei as chaves do carro e antes de ir buscar meu avô, mandei uma mensagem para meu argentino.

"Eu te amo" - mandei só isso.

Ele está esperando uma resposta minha, para saber se eu vou ou não.

Segui para casa do meu avô, ele já estava todo arrumado, e como ele mesmo diz: estava um "lorde".

- Bom dia para o meu são paulino preferido. - digo dando um beijo nele.

- Achei que seu são são paulino preferido fosse o Calleri. - meu avô diz.

- Ele é vice. O senhor fica em primeiro lugar. - eu falo.

- Lili, obrigado por ir comigo. Você é a minha companhia favorita. - ele diz sorrindo.

- Então vamos? - o chamo.

- Vamos. - ele responde.

Meu avô já está andando um pouquinho sem a cadeira de rodas, mas mesmo assim eu a coloquei no carro, pois não sei quanto tempo vai durar os exames.

- Coloca uma musiquinha, Lili. - meu avô pede.

- O que o senhor quer ouvir? - eu pergunto.

- Coloca sertanejo raiz. - ele responde.

Liguei o som do carro e coloquei Leandro e Leonardo, porque sei que ele gosta. Eu ia dirigindo e ele ia cantando.

- Eu juro, por mim mesmo, por Deus, por meus pais, vou te amar... - canto com ele.

- Te amo do fundo do meu coração. - cantamos mais alto.

Meu avô estava muito bem, impressionante como ele não se entrega às coisas ruins que acontecem.

Isso eu não herdei dele, pois tenho medo e ele não. Enfrenta tudo que vem e está sempre pronto para fazer uma piada.

Chegamos ao hospital, um funcionário me ajudou a tirar e abrir a cadeira, e nós fomos para os primeiros exames.

Enquanto meu avô realizava os procedimentos, eu aguardava do lado de fora.

Jonathan tinha respondido minha mensagem.

"Estou com os ingressos para hoje à noite. Você vai comigo, né?!" - mandou e eu não sabia o que dizer.

Meu lado emocional queria muito ir com ele, mas meu lado racional falava para eu ter cautela.

Se eu for e acontecer alguma coisa, vou sofrer pra caramba. Se eu não for, Jonathan vai ficar chateado comigo. Que dúvida cruel!

Meu avô saiu do primeiro exame e eu parei de pensar no jogo. O acompanhei até o próximo e graças a Deus a equipe médica estava sendo bem atenciosa com ele.