CALLERI
O médico tentou dar a notícia duas vezes, mas não conseguiu. Percebi o desespero no olhar da Lili, então a abracei.
– Me diz, doutor Alberto, seja lá o que for, eu preciso saber. – ela implora, deixando cair algumas lágrimas.
– Elisa, calma. – o médico pede, sua voz carregava emoção e eu não sabia se isso era bom.
– O que aconteceu com meu avô? – ela pergunta mais uma vez.
Já estava com dó dela, por vê-la desesperada querendo notícias.
– Seu avô acordou. Acordou! – o médico diz emocionado.
Agora eu entendo a emoção dele, saber que um paciente que não estava bem, reagiu.
– Meu avô acordou? – Lili fala sorrindo e chorando ao mesmo tempo.
– Sim, quando nós entramos ele já estava acordado. Fizemos os procedimentos padrões e agora as enfermeiras estão terminando tudo. – doutor Alberto explica.
– Ele está bem? – Lili pergunta.
– Sim. Nós vamos fazer exames para ver se ele vai ter alguma sequela, mas aparentemente ele está bem. – o médico explica.
– Ele te reconheceu? – Elisa pergunta.
– Sim. Ele disse: "o palmeirense". Cismou que eu torço para o Palmeiras. – o médico diz e a gente ri.
– Eu posso entrar pra vê-lo? – a vice pede.
– Espera eu terminar de examiná-lo, assim que puder, eu deixo você entrar. – ele responde.
– Tudo bem. Eu vou esperar aqui. – ela diz.
– Pode ir pra casa, eu peço pra te ligarem quando ele puder receber alta. – o médico diz e ela concorda.
– Está bom. Obrigada, doutor Alberto, muito obrigada. – ela agradece emocionada.
Saímos da sala, eu ia abraçado com ela e depois de dias de sofrimento, ela estava com um sorriso de alívio.
– Jonathan, meu avô acordou. – me abraça forte e começa a chorar.
– Eu disse que ia dar certo. – falo pra ela.
– Obrigada por estar aqui, por existir, argentino. – ela se solta do abraço e segura meu rosto com as duas mãos.
– Você é muito especial para mim. – ela diz e em seguida me dá um beijo calmo e demorado.
– Você também é muito especial para mim, Elisa Montenegro. – digo após nosso beijo e ela abre um sorriso.
– Elisa Montenegro! Há muito tempo que ninguém me chama pelo meu nome completo. – ela fala bem mais tranquila.
– É sempre Lili, não é?! – eu pergunto.
– Na verdade, é Lisa. Só quem me chama de Lili é meu avô e você. – ela explica.
– Sério? – pergunto surpreso com a informação.
– Sim. Meu avô dizia que ninguém podia me chamar de Lili, só ele. E aí, apareceu um argentino metido e começou a me chamar assim. – diz rindo.
– Eu não sou metido. – me defendo.
– É não. Você é incrível. – ela diz voltando a me beijar.
– Vamos para casa? Eu tenho treino daqui a pouco. – lembro a ela do meu compromisso com o São Paulo.
– Vamos! Você me deixa na casa do meu pai? – ela pergunta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PARA SEMPRE - Jonathan Calleri
FanfictionDepois de quinze anos, Elisa vê sua vida mudar novamente, após receber uma ligação. Não estava em seus planos essa mudança, mas tem alguém que precisa muito dela.