CALLERI
Ontem a gente teve uma vitória convincente, e eu pensava que o dia ia terminar bem, mas não foi isso que aconteceu.
Elisa ficou extremamente triste pelo fato de terem espalhado fotos do nosso abraço na internet, e as pessoas começaram a chamá-la de amante e ainda estavam acusando-a de ter usado o avô para ficar próxima de mim.
Nenhuma responsabilidade sobre o suposto caso foi dada a mim. Só a ela. E eu fiquei muito mal por isso.
Sobre as fofocas, é só não dá Ibope que elas desaparecem da mesma forma que surgiram.
Como não teremos descanso hoje, me levantei, tomei banho, depois desci e fui fazer alguma coisa para tomar café.
O mais rápido possível foi uma vitamina.
Tomei enquanto olhava para o nada, tendo como companhia o silêncio da casa.
Despertei ao ver que se demorasse mais, chegaria atrasado na Barra Funda.
Entrei no carro e liguei o som, estava tocando uma música e meu subconsciente me dizia que eu já tinha ouvido essa música antes.
A música martelou várias vezes na minha mente, então lembrei que a Lili cantou no dia que fomos almoçar na chácara.
"Diz que é verdade, que tem saudade, que ainda você pensa muito em mim."
Realmente era essa música, ela se empolgou no refrão e esqueceu que eu estava do lado.
Cheguei ao CT, o treino foi mais leve para quem jogou ontem, mas mesmo assim durou a manhã inteira.
Meio-dia eu voltei para casa, joguei a mochila no sofá e fui esquentar a comida no microondas.
Enquanto o prato girava dentro do aparelho, eu rolava os stories do Instagram.
Me surpreendi ao ver que a Elisa estava voltando para Londres. Deve ter ido para esquecer o que aconteceu, ela voltou tão rápido que só pode ter sido isso.
Agora estou me sentindo muito mais culpado. Se eu não tivesse ido àquele almoço, nada disso teria acontecido e ela não precisaria ficar longe do avô.
Não vou me perdoar por isso nunca.
O microondas apitou indicando que a comida já estava quente.
Tirei o prato, coloquei em cima da mesa.
Peguei um suco na geladeira e me sentei para comer.Pensei em mandar mensagem para a Lili, perguntar como ela está, mas ela não quer contato.
Às vezes os torcedores pegam pesado com a gente, e isso pode trazer consequências terríveis para nossa vida e também para quem estiver envolvido.
Almocei, mas a comida parecia sem gosto, então eu só engoli.
Subi para tomar outro banho e poder descansar um pouco.
O banheiro é um ótimo lugar pra gente pensar nas besteiras que fazemos na vida.E foi nele, que eu me julguei e me condenei por ter afastado avô e neta em um momento delicado, que envolve a saúde de uma pessoa idosa.
Se eu não tivesse puxado assunto, se eu não tivesse convidado para almoçar, se eu não tivesse me oferecido para ir à chácara... Se, um monte de "ses".
Eu só queria ter alguém legal pra conversar. Mas isso acabou muito mal.
Saí do banheiro enrolado em uma toalha e secando o cabelo com outra.
Me vesti, e logo em seguida me deitei. Liguei a TV para ver algum filme ou série.
Comecei a assistir e durante os quinze minutos iniciais eu consegui prestar atenção, mas depois falhei miseravelmente.
Perdi totalmente o foco e a concentração.
Tentei cochilar um pouco, virei de um lado para outro na cama até conseguir dormir.
Cochilei por bastante tempo, levantei e fui até a área externa. O pôr do sol anunciava que a noite estava chegando.
Fiquei um tempinho fora tomando um ar fresco.
[...]
Voltei para dentro de casa para fazer algo para o jantar.
Fiz um peito de frango grelhado e cozinhei batata doce.
Tudo ficou prontinho em meia hora.Jantei e aproveitei para ligar para minha irmã que mora na Itália.
– Oi, Lupe. Como está? – digo assim que ela atende.
– Oi, hermano. Estou bem e você? – ela responde.
– Mais ou menos. – digo.
– É por conta da história das fotos com a moça, né?! – ela pergunta.
– É. – digo.
– Você está namorando com ela? – minha irmã pergunta.
– Não. Na verdade nós estávamos começando uma amizade. O avô dela tinha o sonho de me conhecer e aí eu acabei puxando assunto com ela, a convidei pra almoçar e depois fui almoçar com a família dela. Foi aí que as fotos foram tiradas. – eu explico a situação.
– Foi a família dela que postou as fotos? Então eles estavam querendo aparecer. Cai fora dessa dessa aí, Jony, é cilada. – minha irmã diz entendendo mal tudo que aconteceu.
– Não, Lupe. A família dela não é assim, só a tia que é amarga. E foi ela que postou. Mas a Lili, o pai e o avô são ótimas pessoas. – eu os defendo.
– Nossa, que tia nojenta. – minha irmã diz e eu concordo.
– A Lili ficou muito mal com isso e pediu para a gente não ter mais contato. – eu continuo.
– Sério? Ela deve ter ficado porque pelo o que eu li, foi muito pesado. – Lupe fala.
– Ela acabou voltando para Londres, onde morava. E eu fiquei me sentindo muito mal, porque o avô dela está doente e ela veio pra ficar perto dele. – desabafo.
– Mas você não tem culpa. As pessoas é que julgam sem conhecer. – Lupe me consola.
– Eu sei, mas mesmo assim eu estou mal. – digo.
– Micaela deve está pensando que você traiu ela. – minha irmã diz.
– Mas eu não traí. A gente viu que não dava mais certo. Ela queria uma coisa e eu não podia acompanhá-la. Ali foi decretado o fim do nosso relacionamento. – explico.
– Você está apaixonado por essa moça das fotos? – ela pergunta e eu me assusto.
– Apaixonado? Não. Como eu te disse, nós estávamos começando uma amizade. – explico mais uma vez.
– Será que é só amizade mesmo? – ela diz rindo.
– É só amizade. Quer dizer, era. – digo rindo também.
– Vou acreditar em você. – ela diz, mas eu não sinto confiança.
– É a verdade. Era só amizade mesmo. – falo novamente.
– Vamos ver o que o futuro dirá. – Lupe diz.
– Deixa de onda, Guadalupe. – digo e ela faz sinal de silêncio.
– Vou deixar você comer sua gororoba em paz. Tchau, hermano. Se cuida! – ela diz.
– Tchau. Se cuida também. Te amo. – digo e desligo.
Assim que terminei a conversa com minha irmã, cuidei em terminar de jantar.
Depois lavei os pratos e subi para meu quarto.
Deitei, liguei a TV para ter a falsa sensação de companhia e fui olhar o insta.
Tinha uma foto da Lili em Londres, com a legenda "De volta". Pelo jeito ela voltou de vez pra lá.
Confesso que estou sentindo falta das nossas provocações. Saudades de conversar com a vice.
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Já tem dias que eu estou tentando escrever esse capítulo, mas o bloqueio criativo me pegou.
Votem e comentem para mais capítulos.
Gracias por lerem até aqui!
🫶🫶
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PARA SEMPRE - Jonathan Calleri
FanficDepois de quinze anos, Elisa vê sua vida mudar novamente, após receber uma ligação. Não estava em seus planos essa mudança, mas tem alguém que precisa muito dela.