𝐓𝐇𝐄 𝐈𝐂𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐒𝐀𝐆𝐀: 𝐅𝐀𝐓𝐄 (𝘈 𝘚𝘢𝘨𝘢 𝘎𝘦𝘭𝘰 𝘦 𝘍𝘰𝘨𝘰: 𝘋𝘦𝘴𝘵𝘪𝘯𝘰) |
O verão pode durar décadas. O inverno, toda uma vida.
Visenya Targaryen, nunca se importou se ela se casaria por amor ou se o casamento dela fosse...
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Visenya
Voava com Obsidian, sobre um mar que não parecia ter fim. E como de costume, não usava cela. Ela apenas segurava nas cristas espinhosas, para não cair do dorso da dragão.
Se sentindo confiante soltou as cristas espinhosas, abrindo os braços, sem se importar se iria cair. Fechou os olhos, sentindo uma brisa fria, que gelou até o fundo dos seus ossos.
―O que está fazendo? Você sabe que odeio quando voa com Obsidian. ― Ouviu a voz de sua mãe, em um sussurro abafado.
Visenya abriu os olhos rapidamente, pensando na possibilidade de sua mãe estar ali. - Ela tinha esperanças de vê-la novamente. - Segurou nas cristas espinhosas, e á sua frente, surgiram várias sombras que se transformaram na aparência de sua mãe.
Ela estava em pé, sobre o dorso de Obsidian. Aemma inclinou a cabeça fitando Visenya, sem esboçar nenhuma reação.
― Como isso aconteceu? Eu pensei que nunca mais te veria. ― Lágrimas encheram os olhos de Visenya.
Aemma sorriu em resposta.
Mas o sorriso logo se transformou em uma linha dura. Aemma avançou pra cima de Visenya.
― Sabe que eu odeio quando você voa com Obsidian? ― O rosto se contorceu de raiva.
Visenya se assusta, perdendo o equilíbrio, e acabou escorregando do dorso de Obsidian. Gritando, caía de costas para o vazio. Nada havia a que se pudesse agarrar. O chão corria ao seu encontro.
Em algum lugar, ao longe, lobos uivavam, dragões rugiam. E foi aí que Visenya percebeu que era apenas um sonho.
Enquanto ela caía, ouvia várias vozes sussurrando, em seu ouvido.
"...as vozes daqueles que partiram à milhares de anos atrás".
"...nas profundezas do coração do inverno".
"...e é escuro, muito escuro".
"...o fim se aproxima".
"...você não pode temer o jaz abaixo".
Ela estava caindo mais depressa do que nunca. As névoas cinzentas uivavam em seu redor enquanto mergulhava para a terra, embaixo.
Era como se estivesse caindo há anos.
― Voe.
Sussurrou uma voz na escuridão, mas Visenya não sabia voar e, portanto, tudo o que podia fazer era cair.
O chão estava tão longe que quase não conseguia distingui-lo através das névoas cinzentas que turbilhonavam à sua volta, mas podia sentir que caía muito depressa, e sabia o que o esperava lá embaixo.
