Melisandre
Melisandre não estava mais aguentando ouvir aquela discursão ridícula, então decidiu dar um basta nisso. Ela não havia entendido o motivo do seu irmão ter perdido a cabeça com a garota, a ponto de proferir aquelas palavras horríveis a Visenya. Ele gostava dela, que era sinistro, era o avô dela. Não que Melisandre julgava, ela entendia os costumes dos Valírianos, mas ela nunca ouviu falar que a neta se casou com seu avô, era normal o casamento entre tio e sobrinha, irmão e irmã, mas avô e neta? E era a segunda vez, já que Maegon teve uma filha com a própria neta, a mãe de Maekar.
― Ela tem razão, me perdoe Visenya. ― Ele passou a mão nos cabelos. ― Eu perdi a cabeça, não queria ter dito aquelas coisas horríveis pra você.
― Está tudo bem, eu também passei do limite. ― Visenya segurou a mão dele. ― Me perdoe.
Maegon olhou para Visenya com um certo brilho em seus olhos, e os seus lábios se formaram num sorriso. E aparentemente os dois pareciam que tinha se desculpado um com outro, e deixado aquela discussão de lado. Melisandre podia notar que eles eram muito próximos, e aquela aproximação a preocupava. A forma como o seu irmão olhava para aquela garota, era o mesmo olhar que ele olhava para Visenya, a Conquistadora.
Mas Melisandre não havia chamado Visenya no fosso para os dois discutirem, e se desculparem, ela queria contar uma outra coisa para Visenya, sobre o que ela está destinada a ser. Só que ela antes ela iria verificar se a garota estava melhor, depois de ter quase surtado com todo aquele calor.
― Se sente melhor, Princesa?
De alguma forma Melisandre se preocupou com ela, não era do seu feitio demonstrar certas emoções, por ninguém, exceto o seu pai adotivo ou Maegon, as únicas pessoas que ela amava de verdade, pois para Melisandre; o amor é uma fraqueza. Mas ela não iria negar que ficou um pouco preocupada com a garota, a final ela era apenas uma garotinha, assim como ela tinha sido, a uns cento e quarenta anos atrás.
As vezes Melisandre se identificava com Visenya. Duas crianças que não tiveram infância, que começaram a aprender desde cedo, desde quando as suas primeiras palavras saíram de sua boca, elas já foram aprendendo a ler e escrever, aprender histórias e filosofia e o mais importante de todos, a magia.
A pequena Melony tinha apenas dois anos, quando o navio do seu pai naufrágou, no Mar de Jade. Aurion de Asshai, um mago muito poderoso que morava em Asshai, a encontrou inconsciente, em Stygai. ― E não tinha explicações de como ela chegou no coração de Stygai, sozinha. E naquele dia Melony Blackwood morreu e Melisandre de Asshai nasceu.
Dizem que Stygai é uma cidade de cadáveres assombrada, que criaturas distorcidas, como demônios e dragões,
vivem escondidas nas cavernas, e até os mais poderosos magos tem medo da cidade. Exceto o pai adotivo de Melisandre, Aurion Belaerys, que foi um dos poucos senhores de dragões que sobreviveu à Perdição de Valíria. De acordo com as histórias de Qohor, ele reuniu forças entre os colonos qohorik e se autoproclamou o primeiro Imperador de Valíria. Em cima de seu dragão, Baelys, e voou para o sul acompanhado de trinta mil homens querendo reivindicar os espólios restantes de Valíria e reestabelecer o Domínio Valiriano. Nem o Imperador Aurion ou seu exército foram vistos novamente. Uma história que na qual ele mesmo inventou, e se espalhou como o vento, e tudo para esconder-se de homens que queriam o matar, cujas faces tinham ausência de nariz, boca e olhos. Ele os chamou de espectros ou assassinos sem rosto.
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𝐓𝐇𝐄 𝐈𝐂𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐒𝐀𝐆𝐀: 𝐅𝐀𝐓𝐄 (HOTD)
Fanfiction𝐓𝐇𝐄 𝐈𝐂𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐒𝐀𝐆𝐀: 𝐅𝐀𝐓𝐄 (𝘈 𝘚𝘢𝘨𝘢 𝘎𝘦𝘭𝘰 𝘦 𝘍𝘰𝘨𝘰: 𝘋𝘦𝘴𝘵𝘪𝘯𝘰) | O verão pode durar décadas. O inverno, toda uma vida. Visenya Targaryen, nunca se importou se ela se casaria por amor ou se o casamento dela fosse...