EPÍLOGO

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Fiquei sentado em frente ao meu computador de trabalho, digitando depois do expediente

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Fiquei sentado em frente ao meu computador de trabalho, digitando depois do expediente. Já se passaram alguns dias desde que Eve saiu do meu escritório, largando o emprego na hora. E a sua ausência foi sentida. Eu nunca admitiria isso para ninguém, no entanto. Não Tanner, que entrou e pressionou sobre como eu precisava falar com ela ao telefone. Não a imprensa, que a elogiou na mídia por tentar distorcer a minha história. Ela não poderia ter sido tão boa quanto se dizia ser se a imprensa soubesse o que ela estava fazendo.

E ainda assim, eu senti falta dela.

Quando ela me disse que estava pedindo demissão, senti como se tivesse levado um golpe no peito, como se alguém tivesse aberto fogo contra o meu corpo com uma arma. Estava tão sem palavras que tive de me virar. Eu sabia que se abrisse a boca na frente dela, estaria dizendo a ela que não aceitava. Contanto que ela aceitasse o trabalho em primeiro lugar, ela iria até o fim, como o seu contrato estabelecia.

Se ela fosse o tipo de pessoa que abandonava um contrato, eu não precisava dela associada à Apex, de qualquer maneira.

Mas isso não me impediu de ficar desconsolado.

Achei que estávamos construindo alguma coisa. Esse cabo de guerra entre nós parecia pessoal. Quando a beijei, quando a levei para a cama, senti isso entre nós dois. Eu senti em cada golpe da minha língua contra o corpo dela. Senti em cada balanço dos seus quadris contra os meus. Ouvi nos seus suspiros e gemidos. Senti-o na forma como os seus dentes morderam-me, marcando-me da mesma forma que o meu pau a marcou. Vi nos olhos dela. Senti nas pulsações da sua respiração quando ela ficou um pouco perto demais de mim.

Parecia especial entre nós. Tinha desde o início.

Mas, claramente, ela não compartilhou a minha avaliação.

Digitei e-mails, tentando apagar incêndios à medida que surgiam. O relógio marcava oito horas. Então nove. E então dez horas da noite. Quando me levantei da mesa, já passava da meia-noite, um hábito que adquiri e mantive desde que Eve nos abandonou.

Eu e a minha empresa.

Promovi acordo após acordo, esperando que isso afetasse os preços das minhas ações. Ignorei a dor no meu peito, a raiva nas minhas entranhas e o medo no fundo da minha mente. Realizei reuniões de emergência com o meu conselho de investidores e aceitei algumas das suas ideias para fazer o dinheiro fluir pelas portas da Apex.

Eu precisava diversificar mais o meu portfólio.

As empresas que adquiri não estavam me mantendo à tona. Quanto mais os preços das minhas ações caíam, mais os meus bilhões diminuíam. Fiquei doente de assistir. Isso me dava pesadelos à noite. Eu me revirei, temendo que um dia eu acordasse e alguém estivesse esperando na minha porta com um aviso de despejo.

Esperando para me jogar numa lixeira como tantas pessoas más fizeram quando eu estava procurando comida no lixo.

Acordei com suores frios. Tomei banhos quentes apenas para tentar fazer com que a minha mente não girasse mais. Entrei no escritório na quinta de manhã com três xícaras de café correndo nas minhas veias e ainda bocejei quando me sentei. Liguei o meu computador e recostei-me na cadeira. Resisti à vontade de virar e olhar para o Central Park, sabendo que se parasse por um segundo sequer na sua beleza, iria adormecer.

Por Amor Ou Dinheiro - Série Marca (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora