Jackson Wolf acredita numa coisa: dinheiro acima de tudo.
Tanto que o seu império multibilionário está afundando. As suas táticas implacáveis e o seu coração frio conquistaram a imprensa pela qual as suas ações estão agora pagando. Em algumas semana...
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As coisas estavam indo tão bem! Os jornalistas queriam comentários e fotos. Eles sentaram e ouviram as histórias dos destinatários das doações da despensa de alimentos. Comecei a contar-lhes a história de como a fundação surgiu. Sobre como foi ideia de Jackson Wolf fazer parceria com a despensa de alimentos em primeiro lugar. Como ele ajudou a escolher o local e as despensas de alimentos que seriam beneficiadas.
Eu estava descobrindo muito sobre outras instituições de caridade também.
Aparentemente, muito poucos jantares de caridade convidaram para o jantar aqueles que se beneficiariam com as doações. E com a imprensa acreditando que foi um ótimo toque, usei isso para direcionar uma luz positiva para Jackson. Eu sabia que o meu trabalho duro valeria a pena. Esta gala apresentou-se da melhor forma. Assim que a mídia publicasse-a, a marca de Jackson começaria a se reparar aos olhos do público. E, esperançosamente, os preços das suas ações refletiriam essa energia positiva.
— Bom! Caríssimos, se puderem ocupar os seus lugares. Pegar uma bebida. Encerrar as suas conversas. Porque é hora de o anfitrião da noite vir aqui e informar por que estamos todos reunidos nos nossos melhores trajes para a noite.
O mestre de cerimónias começou a chamar as pessoas para seus lugares e começou a apresentar Jackson. Sentei-me ao lado de um dos destinatários na mesa que Jackson insistiu que eu compartilhasse com ele. Sentei um dos destinatários na nossa mesa só para que parecesse ainda melhor. Conversar e compartilhar uma refeição com alguém que ele acabaria ajudando. Mas parte de mim ansiava pelo discurso de Jackson.
Ele não me pediu nenhum conselho e estava ansiosa para ouvir o que ele tinha a dizer.
Enquanto observava o palco, imaginei-o se preparando. Alisando as mãos sobre o smoking. Tomando um gole de água. Eu ainda sentia o seu toque persistente no meu corpo. Não conseguia parar de querer mais. Esquentei novamente ao pensar nele enquanto me sentei à mesa. Peguei o meu copo de água e tomei um gole, esperando que ninguém percebesse as minhas mãos trémulas. Se o fizessem, poderia simplesmente fingir que estava inquieta enquanto corria e certificava de que tudo estava em perfeitas condições.
Embora, admito, eu quisesse passar mais tempo com Jackson.
Ele era um amante poderoso e excitante. Machão. Uma força dominante no quarto antes de dar um toque final romântico e suave. Estremeci só de pensar nisso. Se eu fosse totalmente honesta comigo mesma, gostaria de passar mais tempo com ele fora do escritório. E na cama dele. Afastei esses pensamentos e respirei fundo enquanto o mestre de cerimónias terminava a sua apresentação sobre Jackson, e então a multidão aplaudiu.
Sorri quando ele subiu no palco.
Ele ficou em frente ao microfone, acenando e sorrindo com o sorriso mais brilhante que conseguia exibir. Os seus olhos castanhos claros brilhavam sob as luzes do local, e o seu smoking combinava perfeitamente com o seu corpo forte. Eu poderia imaginar aqueles abdominais por baixo daquele smoking. Aquelas pernas fortes e monumentais. Aquela pélvis poderosa que empurrava perfeitamente contra o meu corpo.
Cada centímetro dele parecia bonito, bem-sucedido e executivo.
Então, o homem abriu a boca. E soube, quase imediatamente, que algo estava muito errado.
— Senhoras e senhores, obrigado por terem vindo a este evento maravilhoso. Quero começar falando sobre a divisão estrita e profunda entre ricos e pobres neste país.
Eu o aconselhei a manter as coisas curtas e amáveis. Para agradecer a presença, falar um pouco sobre a importância da causa e depois encerrar com um tom positivo. Mas o tom da sua voz e a expressão nos seus olhos disseram-me que isso não seria curto. Ou doce.
Ou bom.
— A divisão entre os que têm e os que não têm é monumental. Existem aqueles neste mundo que vêm de uma longa linhagem de pobres, assim como há aqueles que vêm de uma longa linhagem de ricos. E depois, há aqueles que vivenciaram os dois lados da moeda. Quem foi rico, então não tão rico. Alguns nunca se recuperaram. Alguns perecem conhecendo o sabor da riqueza antes de nunca mais a conhecer. E alguns se recuperam.
Estreitei os olhos, sabendo que ele estava falando por experiência própria. Eu esperava e rezei para que ele falasse com compaixão sobre os menos afortunados. Que ele encorajaria os seus amigos ricos a doarem o máximo que pudessem.
Mas não foi esse o rumo que o discurso tomou.
— Alguns chegam ao topo. Para um topo melhor. E se há uma coisa que essas pessoas aprendem é que o dinheiro faz o mundo girar.
Ouvi um suspiro percorrer a instituição de caridade e rangi os dentes.
— A caridade começa com você mesmo. Não pode ajudar outras pessoas ao seu redor se primeiro não ajudar a si, e é por isso que o dinheiro faz o mundo girar. É por isso que o sucesso é medido em dólares. É por isso que as pessoas precisam primeiro se levantar e tirar o máximo proveito de si mesmas antes de poderem ajudar alguém ao seu redor. Aqueles que se recuperam de circunstâncias oprimidas saberiam disso.
Olhei ao redor da sala, observando como os destinatários desta doação coravam de vergonha. Em vez de o discurso fazer com que se sentissem aceites, estavam sendo humilhados. Reprimidos. Palestrados por um homem num pódio com uma taça de cristal de champanhe na mão. Os meus olhos lentamente se voltaram para Jackson no palco. Recostei-me na cadeira, sentindo o meu coração palpitar de dor pelas pessoas ao meu redor.
Os ricos que sorriam e balançavam a cabeça enquanto os da despensa de alimentos viravam o rosto e abaixavam a cabeça de vergonha.
— Você tem de ganhar dinheiro antes de poder dá-lo. Precisa ter dinheiro para poder fazer a diferença. E se as pessoas não estão dispostas a se esforçar para fazer algo por si mesmas depois que a bondade altruísta lhes é dada, então qual é o sentido?
Olhei nos olhos de Jackson enquanto ele erguia a taça. Vi o brilho. A determinação. Observei aquele sorriso se transformar no sorrisinho malicioso que todos conheciam dele, e isso me deixou doente. Isso me deixou com vergonha. Ficou claro para mim que Jackson realmente acreditava nas suas palavras. Ele realmente acreditava nesses princípios. O dinheiro, para ele, era a única coisa que importava.
Virei o meu olhar ao redor, observando os jornalistas. Observei-os balançar a cabeça e tirar fotos com a testa franzida. Todo o meu trabalho duro se foi. Desfeito pela retórica lamentável e egoísta de Jackson. O homem realmente se sentia assim? Ele era realmente tão egoísta? Se nada era mais importante para ele do que dinheiro, o que isso significava para as pessoas na sua vida?
Para mim?
— Espero que todos gostem do jantar — disse Jackson.
Ele terminou o seu discurso calunioso engolindo o seu champanhe num só gole antes de sair do palco.
