A VERDADE AS VEZES DÓI

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Eric estava parado no beco escuro, com as mãos suadas e o coração acelerado. Ele sabia que encontrar-se com Felipe era um risco, mas não tinha escolha. A figura sombria de Felipe emergiu das sombras, com um sorriso sinistro no rosto.

— Você veio, Eric. — disse Felipe, sua voz fria e calculada.

— Não tinha escolha, não é? — respondeu Eric, tentando manter a calma. — O que você quer desta vez?

Felipe se aproximou lentamente, seu olhar penetrante.

— Eu quero que você continue seguindo minhas ordens, Eric. Preciso que Ana traga a descendente de Mima para mim.

Eric estremeceu ao ouvir o nome de Ana. Sentia-se dividido entre suas ordens e seus verdadeiros sentimentos por ela.

— Por que você está fazendo isso? Por que quer tanto a descendente de Mima? — perguntou Eric, tentando ganhar tempo.

Felipe sorriu, um sorriso frio e cruel.

— Porque ela possui algo que me pertence. E porque Mima Renard merece o sangue de cada um dos teus na minha adaga. — disse Felipe, seus olhos brilhando de malícia.

Eric hesitou, mas decidiu confrontar Felipe.

— Eu não posso mais fazer isso. Eu... não posso mais colocar Ana em risco, só pra você continuar com a sua vingança. Quero parar com essa farsa. — admitiu Eric, sentindo-se vulnerável.

Felipe estreitou os olhos, sua expressão se tornando ainda mais ameaçadora.

— Se você não obedecer, não apenas Ana morre, mas também toda a sua família. E os corpos de seus pais? Nunca os verá novamente. — disse Felipe, com uma voz baixa, quase um susurro.

Eric sentiu um nó se formar em seu estômago. Sabia que estava preso e que qualquer tentativa de rebelião poderia custar a vida de todos que amava.

— O que você quer que eu faça? — perguntou Eric, resignado.

— Quero que você ganhe a confiança de Ana e a faça invocar Mima, me traga a descendente de Mima, custe o que custar. Em troca, prometo cumprir nosso acordo e devolver os corpos mortos apodrecidos de seus pais e deixar todos em paz. — respondeu Felipe, seu tom cheio de falsidade.

Eric assentiu, sentindo-se derrotado.

— Tudo bem. Eu farei o que você pede. — disse ele, sua voz cheia de resignação.

Enquanto Eric lutava com seus dilemas, Ana e Diego continuavam sua busca por respostas. Eles estavam na gruta, onde Mima Renard havia encontrado seu trágico destino. Os dois estavam determinados a descobrir a verdade sobre o passado.

— Diego, olha isso. — disse Ana, apontando para um símbolo gravado na parede da caverna.

Diego examinou o símbolo e sentiu um arrepio na espinha.

— Parece um símbolo de proteção. Algo que Mima deve ter usado. — disse ele, tocando a gravura.

Ana assentiu, seus olhos brilhando de determinação.

— Precisamos descobrir o que ela estava protegendo. — disse Ana, sua voz firme.

Enquanto exploravam mais a fundo a caverna, encontraram um pequeno baú escondido em uma fenda na parede. Ana abriu o baú com cuidado, revelando alguns itens, uma pintura antiga de uma criança, panos e uma especie de roupinha de bebê.

Diego observou cada item, seus olhos se arregalando a cada achado.

— Mima teve um bebê de René. Ela o escondeu sob a proteção das bruxas. Ele foi levado e adotado, e sua linhagem sobreviveu em segredo todos esses anos. — Disse Diego, incrédulo.

TURMALINA NEGRA - Laços SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora