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Hayley Marshall

O estetoscópio batia incessantemente contra o meu peito, enquanto eu corria em direção a entrada de emergência do hospital.

No telejornal acabou de anunciar um acidente catastrófico na rodovia principal, onde o motorista de um caminhão perdeu o controle e acabou acertando dois carros e um ciclista. A equipe de emergência chegou rapidamente no hospital, a pessoa que mais ficou ferida foi o cíclica, que aparentemente, quebrou uma das pernas e algumas das costelas, porém, o que me chamou a atenção é o fato dele cuspir sangue, pode ter sido o rompimento de algum vaso sanguíneo ou até mesmo um órgão.

O Dr. Mikaelson correu junto comigo com aquele paciente direto para a sala de cirurgia, o outro plantonista cuidou dos demais feridos no acidente.

Foram mais de dezoito horas, repito, DEZOITO HORAS, para deixarmos aquele paciente instável, as próximas vinte e quatro horas que dirão como ele saíra dessa. São em momento como este que minha fé se mostra inabalável, pois eu oro, até mesmo pelos que não conheço, em uma situação tão ruim quanto a de agora.

Estou sentada no corredor, com a cabeça entre as mãos, quando sinto alguém topar no meu ombro, levantei a cabeça rapidamente e vi que se tratava de Caroline, ela sentou ao meu lado em silêncio. A mesma sabia por onde minha mente estava, esse tipo de caso me abala muito, pois o meu marido morreu da mesma forma.

Eu estava segurando uma bandeja com petiscos, enquanto Marcel estava ligando a churrasqueira. Hoje é dia de Churrasco aqui em casa.

Nossos amigos estão reunidos em volta da nossa mesa de jardim, Jack está sentado na ponta tomando uma cerveja e conversado com um de seus colegas de trabalho que também foi convidado. Eu o olhei e o mesmo olhou-me de relance, como se estivéssemos conectados um ao outro apenas pelo olhar, meus lábios não conseguiram segurar e eu apenas sorri.

É possível sentir um amor tão intenso? Que parece crescer cada dia mais? Faz mais de dez anos que casamos e eu sinto como se estivesse o olhando pela primeira vez, quando nos esbarramos naquele corredor da faculdade.

Então, o rádio preso em sua calça começou a apitar, Jackson e seu colega levantaram as presas, e pegaram duas jaquetas.

— Desculpa, meu amor, eu preciso ir. Mas eu prometo que volto pra você logo! — E me beijou, olhando no fundo dos meus olhos, deixando-me com o coração apreensivo.

Rebekah segurou a minha mão e tentou fazer com que a minha mente se distanciasse um pouco daquilo.

Curtimos o nosso churrasco até onde deu, mas o meu coração estava longe, apertado e doloroso. Liguei milhares de vezes para Jackson, e nada. Horas e horas foram passando, a noite chegou, a maioria das pessoas foram embora, restando apenas Rebekah e Marcel comigo, e não tive nenhuma notícia.

Quando se passava das nove da noite, alguém bateu na porta da minha casa.

Não era Jackson.

— General Cruz, está tudo bem? — Olhei esperançosa, buscando por algo em seu olhar que me garantisse que aquela angústia no meu peito não era nada.

Porém, por mais que eu lutasse contra aquilo, o General Cruz olhou-me com tristeza e balançou a cabeça negativamente, dizendo um pesaroso "Eu sinto muito".

Naquele instante, senti o meu mundo inteiro parar, tudo a minha volta desapareceu, suas palavras começaram a martelar na minha cabeça, cada vez mais forte, me fazendo perder as forças devagar. Quando eu menos notei, estava caída no chão, com o rosto coberto de lágrimas e o coração completamente despedaçado.

Jackson lutou bravamente até o último instante, mas em um infeliz cruzamento, seu carro foi jogado contra uma ribanceira e capotou mais de dez vezes. O laudo medo constou que ele quebrou todos os ossos do corpo e teve um ataque cardíaco. Foi extremamente doloroso não poder vê-lo pela última vez, pois, seu rosto estava tão desfigurado que foi necessário vela-lo com o caixão fechado.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, depois outra, e depois, eu não consegui mais parar, Caroline me envolveu em um abraço carinhoso, em silêncio, respeitando aquele dor que retornou para me assombrar.

Eu chorei muito, muito, lavando a minha alma,mas nunca ficando 100% curada, pois uma parte do meu coração se foi junto com o Jackson e nunca mais será restaurada.


(...)






Oi gente!
Este capítulo foi o mais curto até aqui, mas escrevi ele especificamente para mostrar o quando a Hayley sofreu e sofre com a morte do Jackson, após assistir Os Originais pela segunda vez detalhadamente, percebi que tinha um ideia errada sobre eles, e que o amor dos dois floresceu da forma mais bela possível.

Espero que vocês entendam que foi necessário, e continuem comigo.

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