Entre a vida e a morte

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Hayley Marshall

Seus olhos eram escuros como uma noite de inverno, penetrantes e intensos.

Sentia meu corpo inteiro tremer, não pelo frio em si, mas pela intensidade daquele olhar destinado a mim, pronto para avançar em qualquer sinal que lhe fosse retribuído.

— Hayley...— Sua mão esquerda segurou no meu cabelo, fazendo um arrepio corroer pela minha pele.

Quando senti que poderia me entregar completamente ao seu toque, sua expressão mudou, atrás de mim, havia algo que o fez repensar.

— Eu nunca serei ele, não é? — E repetiu a frase outras três vezes, até que eu visse quem estava atrás de mim.

Abri meus olhos rapidamente, com a respiração ofegante.

Que droga de sonho foi esse?

Olhei para os lados, especificamente, na direção da janela, o dia estava claro e muito frio, sugestivo para ficar na cama por um bom tempo.

Mas a minha mente estava a mil, o homem do meu sonho é Elijah, e ele grita comigo com uma ferocidade amedrontadora, e no momento que eu me viro, vejo Jack acenando para mim.

Acho que esse encontros não românticos estão me afetando mais do que deveriam afetar,estou começando a ficar paranoica e ver coisas onde não tem. Até o filho de Elijah é adorável, e pareceu gostar de mim.

Com o coração a mil, levantei da cama e fui me preparar para ir a qualquer lugar que fosse me ajudar a esquecer, mesmo achando que isso seria impossível agora.
O relógio marcava sete da manhã, coloquei uma roupa quentinha e peguei o meu carro, o porteiro achou estranho a hora que eu estava saindo.

Então, fiquei a vagar pela cidade, sem rumo algum, apenas pensando no que fazer.

As minhas amigas pensam que sou uma tola por já não ter me jogado em Elijah, pois sua atração é muito visível, mas elas não sabem a metade do que eu sinto. Nenhuma das duas sofreu da forma que eu sofri, sentiu tudo que eu senti, dessa forma, me julgam como "Tola" ou como "Recatada". 

Existe um receio em me relacionar com outra pessoa depois do que aconteceu, imagine se entregar completamente a uma pessoa, de corpo e alma, e quando estiverem no ápice de seu amor, vim a notícia de que aquela pessoa que jurou te amar até o fim, ficar com você pela eternidade, foi embora da forma mais brutal que existe, e sem se despedir.

— Por favor, eu quero uma caixa dessas aqui, e um café pra viagem! — Pedi ao atendente de uma padaria.

O sol já estava mais quente agora, sentei em uma pracinha e peguei umas das rosquinhas que estava quente, fiquei observando o sol ficar mais e mais intenso, as pessoas passeando no parque, o mundo não se importa com a minha dor e o meu receio, preciso agradar para ser aceita e não ser julgada.

Eu criei uma afeição por Elijah, quero o bem dele, mas um relacionamento? Será isso a coisa certa a se fazer agora? Se continuarmos no ritmo que estamos, não vai demorar para que fiquemos juntos.

Enfim, eu não sei o que fazer ou como reagir.

(...)