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Hayley Marshall

Seus braços rodearam a minha cintura e ergueram-me no ar, fazendo uma gargalhada escapar dos meus lábios.

— Eu te amo sabia? — Sussurrou contra a minha boca.

Segurei em seus cabelos castanhos e encaracolados, tão macios, quanto imagino ser as nuvens.

— Eu te amo muito mais! — Falei sentindo a alegria transbordar em meu peito.

Jackson conseguia a minha melhor versão, aquela onde não existia qualquer preocupação ou receio, ele me conseguia por inteira.

— Meu amor, me prometa uma coisa...— Segurou minha mão e a beijou. — Que será feliz, independente se algo me acontecer!

Meu corpo tremeu.

— Porque está dizendo isso? Você está me assustando!

Ele segurou nos meus ombros.

— O meu trabalho é arriscado demais, hipoteticamente, se algo me ocorrer, prometa que vai continuar a sua vida, sem olhar para trás!

Com os olhos cheios de lágrimas e completamente trêmula, balancei a cabeça.

Abri os olhos rapidamente.

Uma dor formou-se no meu peito, fina e chata, como se uma lâmina muito precisa, estivesse retalhando a parte do meu coração que é destinada eternamente a Jackson.

Olhei para o lado, Elijah dormia tranquilamente, acomodado entre as cobertas, com cuidado, me desvencilhei dele, calcei as pantufas e caminhei pela casa até a porta dos fundos, onde apenas sentei no batente e observei o dia ficar mais quente.

Esse sonho pode não ter parecido nada, mas ele com toda certeza significa alguma coisa. Estou vivendo uma nova fase da minha vida, preenchendo de alegria um lugar oco, que a muito tempo, esteve vazio.

Uma lágrima quente e solitária escorreu pelo meu rosto, depois outra, e outra, então, depois de muito tempo chorando de tristeza, o meu choro agora significava felicidade, por finalmente estar conseguindo viver isso, me permitir isso.

— Amor? Está tudo bem? — Ele apareceu, passando as mãos nos olhos, um pouco confuso.

— Agora sim, está tudo ótimo! — Estendi a mão para ele, que sentou-se e me abraçou pela cintura, fazendo-me aconchegar em seus braços.

— Tem certeza que está bem? Porque está chorando? — Beijou o meu rosto com carinho.

Fiquei de frente pra ele, encarando-o com pura gratidão e felicidade.

— Estou preocupado! — Fez um bico fofo, que tornou em me fazer rir.

Coloquei a mão em seu rosto.

— Obrigada! — Foi a única coisa que eu falei, e foi suficiente para que ele tomasse a mim em seus braços, num abraço apertado, enquanto cheirava o meu cabelo.

Não precisamos de muitas palavras ou grandes discursos para expressarmos o que sentimos, mesmo que prematuro, é forte e vem crescendo cada vez mais rápido e ganhando mais intensidade.

Entre a vida e a morte Onde histórias criam vida. Descubra agora