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Hayley Marshall

Kaleb chorava baixinho abraçado a sua mãe, era a primeira vez desde que comecei minha relação com Elijah que vejo o mesmo assim.

Elijah, estava mais afastado, pensativo, e não falou uma única palavra nos últimos vinte minutos, seus olhos apenas estão fixados em um ponto específico da parede. Não irei os pressionar a falar comigo, seria egoísmo meu, é um momento muito difícil.

Levantei de onde eu estava, e fui até a cozinha, lá, eu poderia chorar, sem que isso incomodasse a ninguém.

Celeste e eu não temos nenhuma proximidade, não somos amigas, quem dera conhecidas, nossa única ligação é apenas por Kaleb, que é o bem mais precioso em toda essa história. Mas, mesmo assim, ninguém merece receber uma notícia dessa, saber que só possui três meses de vida, é avassalador.

Estou péssima por ela, por Kaleb, por Elijah, por tudo que eles sofreram. O quando esse garotinho não já chorou sozinho em seu quarto? Envolvido em toda essa história do seu pai, não ser o seu pai, mas na verdade é sim. Para um garoto da idade dele, essa notícia de sua mãe é apenas uma faísca em um barril de pólvora.

Sequei aquelas lágrimas com a palma da mão, e com a outra, acariciando o meu ventre, no futuro, será interessante explicar a essa garotinha toda essa dinâmica maluca.

— Hayley, me desculpe por invadir a sua casa e ser rude daquela forma, é mais um mecanismo de defesa! — Ela, Celeste, acompanhou-me até a cozinha. — Eu fui uma idiota com você, sinto muito!

Eu olhei para ela, fisicamente, tão bem, muito saudável, uma mulher extremamente bela.

Me surpreendi, e a ela. Fui a seu encontro e a abracei.

— Eu sinto muito, Celeste! — Não ligo que isso tudo seja apenas fingimento, ela pode ser a mulher mais mentirosa do mundo, mas eu senti a dor em seus olhos ao contar. — Vamos apagar tudo que aconteceu até aqui!

— Hayley....— Seus olhos se arregalaram. — Obrigada por cuidar tão bem do meu filho, eu sinto um pouco de inveja da relação de vocês, mas só um cego não percebe que é mútuo e puro!

Engoli seco, tentando não chorar.

Elijah entrou na cozinha e nos viu naquela situação, ele olhou dela para mim, com os olhos pesarosos.

— Celeste, pode nos dar um instante? — Ela assentiu.

Minhas mãos ainda tremiam, eu não credito que fiz isso.

— Amor.....— Aproximei-me dele. Sua armadura caiu completamente.

Tranquei a porta da cozinha, para que ninguém entrasse ali.

Elijah me abraçou, e começou a chorar, não julgo ser por qualquer um dos fatos, ambos tem sua cartela de culpa.

— Isso tudo....— Arfou. Eu o segurei, e juntos, nós ajoelhamos no chão.

— Eu sei, meu amor. Olha pra mim! — Segurei seu rosto. — Vamos superar, já não superamos antes?

Eu beijei sua testa.

Elijah colocou a mão na minha barriga, e por uma fresca de segundo, senti uma ondulação no lugar onde estava sua mão. O choro dele cessou.

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