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Hayley Marshall

Estou no meio do meu segundo plantão seguido, chegando a completar noventa e seis horas seguidas. Tirei alguns breves cochilos durante esse tempo, mas nada que suprisse o meu sono por completo.

Decidi que era a hora para fazer um lanche, são dez e meia da manhã, o movimento no hospital está tranquilo, não temos nenhuma ocorrência e não a fila nenhuma para atendimento, então, aproveitarei para comer um sanduíche e uma vitamina de morango.

Sentei-me na mesa, e usando o telefone,ignorei os olhares furtivos em minha direção, eles tornaram-se piores depois que as fotos tiradas por paparazzis se explanaram pela internet, divulgando notícias falsas a respeito de um relacionamento amoroso entre Elijah e eu.

Recebi diversas mensagem desconhecidas muito ameaçadoras, contatei o chefe de polícia, amigo da família, e pedi que cuidasse de segurança da minha casa, mesmo morando em um condomínio com segurança militar.

— Hayley, posso juntar-me a você? — Falando no diabo. Elijah está parado a minha frente, com os braços dentro do jaleco.

— Claro, sinta-se a vontade! — Compartilhamos a mesma mesa. — O que o trás aqui, para perto dos meros mortais e não no andar superior com os outros médicos?

Não nego que estou curiosa.

— A companhia de minha nova amiga não é o suficiente? — Levantou uma das sobrancelhas. — Você tem um rosto bonito, é bom olhar para ele depois de um plantão infinito!

Engoli seco, suas cantadas são as mais bregas possíveis, me fazem rir na maior parte das vezes.

— Fico encantada com tamanha gentileza, o prazer de sua companhia é um deleite! — Tomei um gole da minha vitamina.

Elijah pediu um suco de laranja e um beagles.

— Mas é sério, porque está aqui? — Perguntei de uma vez.

— Estava cansado de tantas perguntas a respeito de minha vida pessoal. Os meus colegas insistem em questionar-me a seu respeito, estão desapontados por não conseguirem o prazer de sua companhia na vida deles!

Revirei os olhos.

— Grande babaca! — O mesmo sorriu.

Ele olhou-me por alguns instantes, até que retornou a falar.

— O que acha de sair comigo uma noite dessas, para um encontro formal, e não se sinta pressionada, sairemos como amigos a se conhecer melhor, nada de encontro romântico ou algo do tipo!

Senti uma arrepio na espinha, e algo gélido formar-se em meu estômago com sua pergunta.

— Está me convidando pra sair? — Um sorrisinho surgiu nos meus lábios.

— Precisamente! — Balançou a cabeça e tomou de seu suco trago pela garçonete.

Mentalizei algo que pudesse usar para refutar sua proposta, porém, não consegui pensar em absolutamente nada.

— Tudo bem. Sexta à noite, e para deixar claro, amo comida italiana! — Ele assentiu.

Caroline aproximou-se de nós, um tento quanto surpresa pela presença do nosso chefe ali.

— Elijah, está é minha amiga Caroline, ela trabalha na pediatria! — Eles trocaram um aperto de mãos. — Saiba que tudo falado nessa conversa, será repassado para ela!

Ele deu uma risadinha irônica.

— Não tenho dúvidas que será. Então, senhorita Caroline, conhece Hayley a tempo suficiente para fazê-la ser menos arrisca? — Alfinetou.

A loira sentou ao meu lado e apertou a minha coxa embaixo da mesa, a expressão em seu rosto deixava clara a confusão.

— Para a minha amiga ser menos arrisca, apenas nascendo outra vez! — Pegou um pedaço de meu sanduíche. — O senhor descobrira que essa pose toda de malvada, não passa de uma máscara burra!

— Estou ofendida! — Retruquei, mas ela deu de ombros sem se importar.

Elijah deu uma risada.

— Gostei, espero que consigamos conversar mais vezes, apareçam as duas em minha casa para uma noite de pôquer, irão gostar de blefar com meus dois estupidos irmãos, traga Davina também, ela é adorável!

Nós entreolhamos.

— Tudo bem, mas lembre-se de sexta a noite, às sete em ponto!

— Não esquecerei! — Levantou-se da mesa. — Me despeço de vocês, podem conversar em paz agora, até!

Balançamos a cabeça em cumprimento a este.

— Me conte tudo agora e não omita nenhum único detalhe!

Não pude deixar de sorrir.

Contei-lhe sobre nossa aproximação inesperada desde o dia do leilão, conversamos sobre nossas semelhanças e diferenças, que tinham um equilíbrio agradável. Minha amiga não poderia estar mais incrédula, e sem acreditar que ele havia nos convidado para ir a sua casa jogar pôquer, não é querendo me gabar, mas eu sou muito boa.

Conversamos até que meu plantão e o dela acabassem, e finalmente conseguimos ir para casa e descansar, após intermináveis horas de trabalho árduo.



(...)

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