Capítulo 10

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“É difícil de ver, estou nadando pela dopamina
Seu corpo parece o céu e
Eu quero desistir, eu só quero ir embora
Eu estou flutuando, estou preso na brisa.”

23 - Chase Atlantic


O restante das aulas tinha se passado e eu me sentia aliviada por não ter recebido nenhuma reclamação da Lissete. Ava e Manu caminhavam ao meu lado, um intervalo antes de irmos para as próximas aulas. 

— Vamos para o terraço, você quer ir? — perguntou Manu.

Franzi o rosto sem perceber; só fui uma vez naquele terraço e fui publicamente humilhada por Hunter. Minhas lembranças de lá não foram as melhores. 

— Acho melhor não — respondi.

— Vamos, Maddy, o Hunter não vai mexer com você; Aaron não vai deixar — ele piscou os olhos.

Isso era pior do que estar no mesmo ambiente que Aaron, o cara que afirmou com tanta confiança que eu era o jogo dele. Ele é o que me dá mais medo porque eu sei das intenções dele. Não adiantou muito os meus protestos, porque Ava enlaçou nossos braços um no outro e me arrastou junto com Manu até o terraço. Continuava do mesmo jeito da última vez que vim: alunos fumando, e arrisco até dizer que estavam com algumas coisinhas a mais pelos olhos vermelhos de alguns. Ninguém estava dando atenção à nossa presença, o que agradeço mentalmente, nem mesmo Aaron, que estava lá na frente com seu grupo de amigos, muito envolvido com Yuna, que parecia interessada em olhar a conversa dele no celular. Aaron fazia de tudo para ela não ver, levantando a mão pra cima, mas a garota se sentou em um banco feito de concreto e conseguiu puxar o celular da mão dele.

— Que conversa quente com Olivia — zombou ela, rindo. Aaron fez uma carranca e tentou puxar o celular dela. — Não sabia que você estava interessada nela — completou, rolando o polegar na tela do celular, pelo que parece, passando a conversar.
 
— Me dá isso, Yuna, é sério — pediu ele. 

— Não, isso está interessante — continuou, o que fez Aaron agarrá-la pela cintura, segurando-a em seus braços, fazendo com que ela soltasse um gritinho. 

— Agora me devolve se não quiser que eu te jogue desse terraço — falou em tom desafiador. Yuna apenas pegou o celular e enfiou dentro da sua blusa.

— É sério isso? — indagou Aaron, soltando a garota no chão.

— Vamos ver se você terá coragem de pegar — zombou. 

Aaron riu. 

— Você acha que não tenho? 
Ela deu de ombros, parecendo se divertir.

— Tenta. 

— Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes, não é? — disse de um jeito malicioso — mas não estou afim de brincadeiras, então me devolva logo esse celular.

— Está amarelando? — Hunter zombou.

— Estou me preservando, o que é diferente — se defendeu. — Anda, Yuna, me dê logo esse celular antes que eu jogue o seu a essa altura! — Aaron tirou um celular do bolso e estendeu-o para fora do terraço, balançando-o entre os dedos. Yuna ficou desesperada. 

— Não, meu celular não! — apressou-se em tirar o celular da blusa e devolveu a Aaron, que deu o dela. 

— Eu juro que se estivesse jogando o meu celular do terraço, ia mandar aquela foto sua babando para Olivia, gostosona.

— Olivia, gostosona? — Ben riu. 
Aaron revirou os olhos. 

— Ah, calem a boca! Vocês estão com inveja porque eu consegui todas só com um olhar; elas se derretem por mim. 

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