Capítulo 26

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"Você está olhando para mim como se eu fosse uma doce fuga."
Tate Mcrae - greedy

Assim como você acorda de todo sonho bom, comigo não foi diferente. Quando meus olhos se abriram naquela manhã e meu corpo nu estava ao lado de Aaron, percebi o que fiz. O sonho era mais real do que eu tinha imaginado; eu realmente tinha transado com Aaron. Ontem, eu tinha feito as coisas sem medir as consequências dos meus atos. Pela primeira vez, eu fiz algo que quis, mas por que não me sentia feliz?

No fim, eu sabia que isso iria mudar tudo entre nós. Eu já dei a ele o que queria; eu era o seu jogo e caí na tentação como uma tola. De qualquer forma, não havia mais tempo para me arrepender. O que tinha feito não tinha como voltar atrás, não mesmo, até porque era a minha primeira vez. Isso ficaria marcado para sempre.

Olhei o relógio sobre o cômodo e meu coração começou a bater freneticamente. Meu Deus, daqui a poucos minutos todo mundo ia estar acordando e iriam me ver saindo do quarto de Aaron.

Aquilo me assustou, por isso nem liguei para os protestos de Aaron, que dormia pacificamente enquanto eu me movia para desvencilhar-me dele. Ele ainda continuava dormindo enquanto eu procurava as minhas roupas. Senti minha pélvis doer, uma ardência no local, mas ignorei isso, peguei as minhas roupas, vesti-as e saí do quarto.

Meus olhos revistaram o corredor para ver se não havia ninguém por ali e, por sorte, não havia. Corri pelo corredor para chegar ao meu quarto a tempo.

Quando entrei, meu irmão estava sentado na cama, olhando na minha direção. Senti que tinha cometido o maior pecado da vida.

— Onde você estava?

[♡]

Tudo bem, o carro parecia um pouco silencioso demais. Igual no café da manhã, Aaron não me olhou direito. Eu fiquei dizendo isso desde o momento em que entrei no carro. Eu sabia das consequências, então não fui enganado; para Aaron, sempre foi um jogo, e ele mesmo disse isso uma vez. O ar estava meio sufocante, e minhas mãos, aquele hábito horrível e ansioso de pressionar as unhas contra a palma da mão, tinham voltado.

Minha cabeça estava inclinada para a direção da janela, vendo a paisagem se desintegrar diante dos meus olhos. Antes do acidente dos meus pais, eu gostava de andar de carro, ficar, olhando para fora da janela e vendo tudo passar diante dos meus olhos. Agora, mal apreciava essas coisas; estava louca para chegar à Academia.

— Tá tudo bem aí? — Aaron perguntou. Fiz que sim, sem ter coragem de olhá-lo diretamente nos olhos.

— Maddy — chamou, mas em tom de súplica.

Fiz um grande esforço para encará-lo; o tom safira estava escuro. Comecei a lembrar de tudo que tinha ocorrido ontem, de como foi bom senti-lo dentro de mim, de como ele foi delicado e depois feroz, as coisas que ele sussurrou no meu ouvido, os seus toques pareciam que estavam queimando de novo. Não posso negar que foi maravilhosa a sensação.

— Sim? — minha voz saiu baixa.

Ele desenhou o meu rosto com um olhar, e um suspiro saiu dos seus lábios rosados.

— Não precisa ficar estranha comigo, quer dizer, não precisamos dessa estranheza — começou e fez uma pequena pausa - ontem foi...

Sabia o que ia dizer; segurei para não desmoronar ali. Não que eu esperasse que a gente iria ter alguma coisa, claro que não, até porque isso seria impossível.

                          Aaron

— Foi só uma transa, eu sei disso, não precisa se preocupar, não tá? — disse Maddy em tom firme e afiado.

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