Capítulo 11

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“Angeline, me ouça, por favor
Eu não sei o que eu fiz, querida
Eu só estou tentando viver, querida.”
Angeline - Chase Atlantic




— Então vocês não se dão bem? — perguntou Emma. 

Ela limpava a mesa em um disfarce para o seu chefe, meu antigo chefe, (a propósito), não percebe que está fofocando no horário de trabalho. 
Mexi com um canudo, os blocos de gelo dentro do copo de café que ela trouxe para mim, encarando o gelo derreter devagar. 

— Não mesmo, a caçula, a Jude, só me olha feio; o Louis, ele mal fala comigo; Aaron, eu realmente não entendo qual é a dele, que em um momento é legal, mas é muito traiçoeiro, não dá para confiar nele — um sorriso se acendeu no rosto de Emma, e eu levantei uma sobrancelha confusa.

— O que foi? — indaguei, e ela riu. 

— Você parece muito interessada nesse Aaron. 

Fiz uma careta. 

— Não, ele é irritante, e é um escroto. Sabe o que ele fez hoje? Simplesmente amassou e pisou em uma carta de amor que uma garota fez para ele. Que tipo de pessoa faz algo tão cruel? E, de todas as formas, é proibido qualquer relação com ele, por mais que ele tenha insinuado isso.

Deixei o café de lado e cruzei os braços, encostando minhas costas contra a cadeira, frustrada, e eu nem sei o porquê de estar assim. 

— Nossa, esse cara parece ser um pouco problemático, o tipo de garoto com quem é melhor manter distância, mas não sei, você parece simpatizar com ele. 

— Talvez, é só que eu acho que ele deve carregar uma dor, a dor de perder os pais cedo demais. Eu vejo o quanto isso afetou cada um deles à sua maneira, é como eu e o Matheo. Eu lembro quando o Matheo ficava chorando, esbarrando nos nossos pais; foi difícil para ele, e também foi horrível para mim, com pesadelos todos os dias. 

Emma assentiu com um sorriso pequeno amável.

— E outro que dizer, tem mais um, né? 

Ela estava falando de Apollo. 

— Esse é pior, já deixou claro que devemos ficar bem longe dele. 

Arqueou as sobrancelhas. 

— Parece que os contos de fadas não são fáceis. 

— Não é um conto de fadas, é um pesadelo, cheio de mariposas onde quer que olhe — resmunguei.

— Mariposas? — questionou. Percebi que Emma não tinha conhecimento sobre os eventos passados da minha vida. 

Balancei a cabeça negativamente.
 
— Deixar pra lá. 

Ela deu de ombros. 

— Bom, tenho que ir atender outros clientes agora. 

Fiz que sim com a cabeça. 

— Claro, eu posso esperar você para irmos a outro lugar, talvez ver o Matheo.

— Eu adoraria mesmo, mas quando eu saio daqui, tenho que ir para o meu outro trabalho. Não posso me dar ao luxo de não ir. 

Encolhi os ombros, frustrada. Emma trabalhava à noite; sempre perguntei no que ela trabalhava, mas ela nunca me respondeu. Era sempre uma resposta vaga; às vezes, só a via chegando de madrugada. 

— Tudo bem, depois eu trago o Matheo para te ver. 

Um sorriso se exibiu no rosto. 

— Eu gostaria.

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