Capítulo 4 - Tem alguma coisa de errado

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Aren


1 mês depois


Sinto os músculos do meu peito enrijecerem antes de abrir os olhos. Não é preciso estar com eles abertos para saber o motivo. Louise adora fazer meu peito de travesseiro. Não que eu esteja reclamando, amo sentir o cheiro de seu cabelo quando acordo, amo sentir seu corpo sobre o meu, é relaxante. Viciante, para falar a verdade. Não consigo me ver acordando sem estar ao seu lado.

Sentia falta disso, penso, acariciando seus braços macios.

— Sabe que disse isso na minha mente, não sabe? — A voz dela me faz abrir um sorriso.

— Essa era a ideia se não entendeu, Meu Anjo. — Antes que eu o faça, ela dobra a cabeça sobre meu peito, a coberta escapa de seu corpo com o movimento, me dando uma perfeita visão de suas pernas e pouco mais. — Imaginei que estivesse acordada.

— Eu sempre estou.

Um suspiro escapa da minha boca. E antes que eu comece mais uma vez, Louise se adianta, inclinando levemente o tronco.

— Estou bem, Aren, juro. Minha fase sem sanidade foi até os 17, já tenho quase 24. — Ela estica os lábios, as linhas abaixo dos olhos não mais com aquela coloração arroxeada. Voltar à Casa do Fogo fez bem a ela. Ainda bem.

Não sorrio.

– Não teve a menor graça.

— Eu ri. — Mantenho meu rosto inexpressivo. Louise entende que não vou entrar na brincadeira e se senta no colchão. Respira uma, duas, três vezes. — Estou bem, Aren. Eu juro. Conseguimos superar aquilo. Só... devemos seguir em frente.

E eu deveria acreditar. Acreditar que ela conseguiu esquecer tudo o que aconteceu — conseguiu me perdoar...

— Prometo que estou bem — ela insiste, enviando uma leve rajada do seu poder até o meu, que acorda. Ou melhor, se agita. — Não poderia estar melhor.

Inspiro o ar e cerro os olhos por um segundo. Me obrigo a acreditar nisso. Preciso acreditar que ela está bem, ou eu não irei ficar bem.

— Agora podemos pular essa parte de preocupação desnecessária e pular para meu beijo de bom dia?

Dessa vez eu deixo o sorriso escancarar meu rosto.

— E eu poderia negar um beijo à minha Rainha? — Enlaço sua cintura desnuda com meus braços, pressionando seus seios em meu peito, os mamilos se enrijecendo com o toque.

— Acho que perdemos esse cargo quando fomos embora, Meu Rei.

— Sabe o que eu acho?— Afasto a mão direita até seu quadril. Ela não responde. Sabe que é uma pergunta retórica. — Que qualquer demônio desse maldito inferno cagaria nas calças se visse um quarto do seu poder, do que pode fazer com eles. — Redireciono a mão direita para baixo do quadril. — E acho que — continuo, deslizando os dedos para onde ela quer nesse momento — deveria usar Meu Rei com mais frequência. — Incito-a antes de enfiar de fato um dedo, nossos olhos nunca se desviando. — De preferência, quando eu estiver dentro de você, Meu Anjo.

Um grunhido escapole da minha boca ao sentir a umidade dentro dela. É como se toda vez fosse a primeira. Não consigo me cansar de sentir o quanto Louise está molhada pela manhã quando a toco. Ou a noite quando tiro suas roupas. Ou durante o banho quando está sem elas. É um vício sem fim.

Burning In Hell: O Que Foi Roubado (Livro IV)Onde histórias criam vida. Descubra agora