Pavidez

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Exteriorização de horror, medo, pavor

Paro na frente do lugar e confiro o endereço no papel. Tudo indica que está correto. Eu esperava que seria uma casa, ou uma loja, ou qualquer outra coisa. Menos um bar.

Entro pela porta o que faz um sino soar por todo o bar, transformando o barulho de conversas em silencio e olhares todos voltados para mim. Ignoro e vou até o balcão de bebidas.

O homem me olha de cima a baixo, e eu faço o mesmo. Ele está usando uma regata branca que está manchada de sangue, é musculoso e alto, e tem muito pelos nos braços. Tem uma cicatriz na sobrancelha, é calvo e tem barba grande.

— O que vai querer? — Ele pergunta ainda me olhando com desconfiança. Ele tem sotaque mexicano.

— Uma informação. — Digo sorrindo. — Conhece Pablo Lopez?

— De onde conhece Pablo?

— Da vida. — Sorrio. — Pode me dar a informação?

— Não, e você não vai descobrir nada.

— Porque não?

— Porque não vai sair daqui vivo.

Ele puxa uma arma e o pessoal do bar vem em minha direção.

O som de tiros sendo disparados ecoam pelo estabelecimento, logo eu me agacho, todos fazem isso. Meu chapéu cai de minha cabeça.

— Locke! — Freddie grita da porta com a arma na mão. — Sai daí!

Me levanto, pego o chapéu, e corro para fora da porta e sinto algo sendo disparado contra mim, mas a bala acerta na rua. Ele queria me acertar na cabeça.

— Da a volta no quarteirão, mas fica na outra ponta escondido em algo. — Freddie sussurra. — Corre! — ele grita e começa a correr pois escuto.

Chego na outra ponta rápido e me escondo atrás de uma lixeira comercial grande. Eu não sei se ele foi embora e me deixou aqui. Eu não sei se ele é parceiro daqueles caras. Eu estou com medo, e nunca senti medo ao resolver casos em toda minha vida.

— Locke — ouço uma voz me chamar.

Freddie aparece empurrando a lixeira.

Ele me estende a mão, eu seguro e levanto.

— Você está bem?

Assinto com a cabeça, mas logo fico com raiva.

— Porque me seguiu? Eu conseguiria sair daquela sozinho!

— Eu sabia que você ia tentar algo perigoso e ousado. Eu te vi em muitas entrevistas, revistas e notícias de televisão e contas de fofoca londrinas.

— Você não me conhece... — Digo mesmo sabendo que ele acertou. — Obrigado por me ajudar. Talvez você realmente seja útil, Freddie.

Ele sorri para mim e eu retribuo com um sorriso. E seguimos caminho para casa nos separando no metro. Talvez a ideia de um parceiro não seja tão ruim assim.

Apuração Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora