Apuração Do Amor

Atônito

tomado de assombro ou de grande

admiração; espantado, pasmo.

Eu não entendo o que leva uma pessoa a sumir.

Entendo assassinato, entendo suicídio, entendo tortura. Porém, porque sumiço? Ele teria que estar fugindo de algo ou alguém. Talvez da própria família?

— Não vai me contar nada sobre a investigação? — Fred indaga.

Bufo.

— Evelyn pareceu desconfortável sobre dar depoimento no que diz respeito a seu pai em quanto é gravada. E Oliver ao ver que acabaria mais cedo suspirou aliviado. Dizer que essas atitudes não são suspeitas, é suspeito. Além de que Francisca ficou chorando e lamentando em quase toda apuração. Desde de o primeiro segundo gravado e o ultimo, além do mais parou de chorar cinco minutos depois de desligar. — Suspiro me virando para Freddie escorando meu quadril na mesa e mãos em sua superfície de costas para ela.

— O que mais? — Ele pergunta.

— William é o menos suspeito. Foi o mais aberto para falar sobre.

— Você não está sendo imparcial, Locke? — Ele pergunta e eu entorto a boca deixando meio aberta aparecendo meus dentes, em quanto minhas sobrancelhas formam uma onda separa no meio de meu rosto. Fred bufa. — É um garoto de pele parda, tipo 3b de cabelo cacheado que é professor de meu filho?

— Conhece William? — Pergunto subindo as sobrancelhas.

— Vi você na escola no dia q busquei meu filho mais cedo no intervalo. Não sabia que era você por que não havíamos sidos apresentados. — Freddie continua. — Cara, você tem certeza que é boa ideia? Até onde sabemos, ou seja, não sabemos nada, ele pode ter sequestrado Pablo e isso vai te fazer ficar com pena, não vai?

Tiro o celular do bolso e desbloqueio indo para o WhatsApp.

— Não sei, Freddie.

Devolvo meu celular para o bolso da calça social e olho para ele, que já estava olhando para mim.

— Você transformou as fitas em DVD como te pedi semana passada?

Ele me entrega duas caixinhas de DVD.

— Pega seu notebook e eu vou pegar o leitor.

Me viro de volta para a mesa e pego o leitor na primeira gaveta indo em direção a segunda mesa de meu escritório e entregando para ele.

— Não vou ver agora. Preciso falar com William, mas pode ver. — Dou meia volta e me sento ao contrário na cadeira. Com o tórax onde se deve encostar as costas e abro o WhatsApp novamente.

...?🔍︎...

Senhor William Jones

Olá, Senhor Jones. Peço perdão pela minha falta de atenção e reminiscência para lembrar-me de te mandar uma mensagem algumas vezes logo que peguei seu número. Eu deveria ter começado uma prosa mais complexa.

Oi Locke, sabia que era você. Você escreve mais forma do que fala, o que é de se esperar de você haha

Desculpe pela minha formalidade, estou acostumado. Irei me precaver de diminuir isso um pouco quando proferir palavras por texto a você (acho que falhei nesta mensagem).

Não precisa, eu acho isso engraçado e diferente

Ótimo.

— Locke — Freddie me chama — Você precisa ver isso.

William, logo retornarei. Meu novo assistente está me chamando, com licença.

Vai lá, Locke. Aguardarei o retorno do senhor Locke Darwin haha.

Guardo meu celular em meu bolso e me levanto indo em direção a mesa que ele está.

Freddie conecta pequenas caixinhas de som ao lado de seu notebook, aperta no botão que inicia e um vídeo começa.

— Em um mundo repleto de ignorância e pessoas más, há pessoas boas que garantem que tudo ocorra como deve ocorrer. — Uma voz narrando começa em quanto mostra cenas de assassinato totalmente brutais. — Talvez a melhor alternativa seria... Matar o presidente? — O vídeo de Kennedy sendo morto aparece. — Ou... Uma banda muito querida? — Fotos de um acidente aéreo aparecem com pedaços de corpos. — E na mesma categoria, um cantor mundialmente famoso? — Uma foto de John Lennon dando autografo para um cara que veio a matar ele um tempo depois. Uma foto de Martin Luther King morto no hotel aparece — Até mesmo quem causar o maior rebuliço. Ninguém escapa.

— Existem fotos divulgadas em meios de comunicação via satélite de Martin Luther King sendo assassinado? — Pergunto.

— Não que eu saiba. — Freddie responde.

Uma introdução de o que parece ser um novo capitulo ou episódio começa com uma música que me deixa com falta de ar, sede e com medo.

— Como tentar fugir de nós — A mesma voz diz. — Suma, de tudo e de todos. Você não quer morrer ou colocar sua família em risco, quer?

Eu e Freddie nos entreolhamos e depois olhamos para trás.

— Não. Imagino que não queira. — Pode se ouvir a voz que narra rindo. — Próximo passo, esconda tudo em um lugar onde ninguém vai achar. — Pausa. — Se não conseguir pensar em nada temos dicas. Dica número um, sótão. Esse é o mais fácil. Dica número dois... — uma música ambiente começa — Ainda está aqui? Já deveria ter fugido. — A música começa a ficar estourada e mais grave. Mas para repentinamente — Passo três não chame a polícia ou detetives para te ajudar, ou nos achar indo nos prender ou matar. Estamos no mundo todo e quem vai se foder é você.

Uma música ambiente volta normal, mas começa a ficar estranha de novo e o vídeo acaba.

Freddie e eu nos entre olhamos de novo e olhamos para trás de novo.

Tomo coragem para proferir algumas palavras.

— Me recuso a ver o outro hoje.

— Eu também. — Ele tira o dvd e desliga o notebook — Acho bom não contarmos para Francisca.

— Eu consinto.

Acho que agora entendi o que leva alguém a sumir.