Que ou quem não tem pudor.
Freddie Brown (assistente)
Já leu os manuscritos?
Não. Quando eu ia ler William me chamou.
Posso ir aí no William para lermos?
Não estou morando mais lá. Aconteceu uma discussão e fui despachado.
Tenho que ir agora, te escrevo mais tarde, até logo.
Okay.
Coloco o celular sobre a mesa e espero Scarlett no restaurante. E logo que faço isso, vejo ela estacionar na vaga em frente ao restaurante porque sentei na janela, assim tenho vista para a rua.
Aceno quando ela entra pela porta.
Ela se senta de frente para mim e pega o cardápio, mas logo olha para mim de novo.
— O que foi?
Paro de olhar para mesa e olho para ela.
— Nada.
— Fala logo, Locke. Eu te conheço.
— Eu fui despachado por William porque não tratei ele como merece, eu fui um babaca.
— Olha, eu te conheço e sei que não foi por mal. As vezes acontece. — Ele suspira. — Onde vai dormir? Ouvi dizer que sua casa pegou fogo.
— Eu vou provavelmente alugar um quarto no hotel perto da agencia.
— Bem, se quiser pode ficar lá em casa. Emma não vai ligar. Ela te adora e adora visitas, você sabe. Só toma cuidado com o Bubble, ele ainda não te conhece e estranha gente nova. — Ela diz falando do gato que pegou provavelmente recentemente.
Dou risada.
— Obrigado, Lett. — Digo.
— De nada, Dar. — Ela me chama pelo apelido que não gosto.
— Pare.
Ela ri.
...?🔍︎...
Retiro a última caixa do carro, tranco ele com a chave e levo para dentro da casa de Scarlett. E eu decido dormir no resto do dia, e é isso que faço. Mas quando acordo, me sinto muito mal. Me sinto vazio e com uma dor no peito incontrolável. Apesar de parecer gazes, não era. Eu já havia tomado remédio, então provavelmente era emocional.
Me sento na cama e olho para minha caixa do lado da mesa do quarto desse quarto de hospedes. Tem uma garrafa de Whisky vazia. Minha boca fica seca e me dá vontade de beber. Me levanto da cama e me troco para sair. E é logico que eu vou de terno.
Desço as escadas e arrumo meu cabelo no espelho da saída.
Emma e Scarlett estão vendo televisão.
— onde vai? — Emma pergunta.
— Beber. — Respondo.
— Locke, é uma péssima ideia! — Scarlett diz.
— Então eu adoro péssimas ideias. — Digo saindo e fecho a porta.
...?🔍︎...
Chego no bar mais próximo dali.
Espero que a bebida seja aceitável.
Entro pela porta e vejo William sentado na banqueta de lado para o balcão e de frente para um cara. Ele está sorridente e passa a mão no braço do homem várias vezes ao falar. Não é possível. Ele não está com outro já. A gente mal parou de se falar. Não deu nem dois dias.
Que se dane, eu vou lá.
Me aproximo calmamente.
— Oi William! — Exclamo fingindo estar feliz. — Que bom te ver!
— O que...? O que você faz aqui? — Ele pergunta.
— Vim beber, e você? — Digo. — Aparentemente está bem ocupado, vou indo então. — Dou risada, dou meia volta e fecho a cara.
— Locke — Ele diz.
Saio porta a fora sem olhar para trás.
— Locke! — Ele exclama e sua voz está mais próxima.
Ele me puxa pelo braço e me viro para ele.
— O que foi!? — Exclamo.
— Desculpa, eu...
— Eu não ligo, William. — Digo mesmo que ligo. — Acabamos. Você mesmo disse.
— Mas eu não...
— Eu não queria? Queria sim. Se não, não teria terminado.
Dou meia volta e vou embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apuração Do Amor
Misterio / SuspensoLocke é um detetive recém contratado pela família do desaparecido Pablo Lopez - um mexicano que se mudou para Londres -, e em meio de suas investigações sua vida toma um rumo curioso e intrigante que vai contra sua politica pessoal de profissionalis...