Desaguisado

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desavença entre indivíduos;

briga, contenda, rixa.

No dia seguinte, no caso hoje, William me leva na escola onde trabalha e onde nos vimos no dia em que minha mãe veio aqui a muito tempo atrás. Eu não sei o que estamos fazendo aqui se hoje ele está de folga, então decido perguntar.

— O que estamos fazendo aqui? Você não está de folga?

— Quero que você seja mais solto. E a melhor forma de se soltar é brincando com as crianças ou dando atenção. — Ele diz. — Não sei se já percebeu, mas quando somos crianças, vemos tudo diferente, normalmente pra bom. Elas são inocentes, a maioria. Isso me deixa feliz pois em quanto estiverem na infância, eu gostaria de manter isso nelas. Por isso venho as vezes dar oi para elas mesmo em dia de folga no meio da semana...

Um homem nos para, ficando de frente para nós — mas principalmente para William — fazendo ele parar de falar.

Ele tem pele preta, é um pouco mais baixo que eu. Usa um par de brincos na orelha e seu cabelo é seco, sem brilho e liso demais. Provavelmente ele fez alguma química para alisar o cabelo, porque está muito seco.

— O que faz aqui, Liam? — o homem pergunta. Quem ele á para chamar William por um apelido? Eu sou amante?

Involuntariamente cruzo os braços e levanto a cabeça logo que franzo as sobrancelhas.

— Eu trouxe o meu... — Ele diz olhando para mime depois olha para o homem — O detetive Darwin para visitar a escola novamente...

Ele estende a mão para mim, e eu hesito, mas aperto para não ser babaca.

— Michael. — Ele diz.

— Detetive Darwin — Digo sem dar intimidade e espaço para ele logo em seguida ele me olha feio.

— Certo, bacana — ele diz puxando o braço de William com tanta força que amassa a manga de seu suéter azul prusia e quase o faz cair por pela força imposta ao puxar ele.

Ele passa o braço por cima dos ombros de William em quanto andam. William olha para trás no fundo dos meus olhos e se encolhe. Quando Michael nota que William não está olhando para frente, ele vira a cabeça de William pelo queixo.

— Olha para frente — ele murmura, mas posso ouvir porque está silencioso já que estamos no pátio do intervalo e não tem salas de aula aqui.

Corro um pouco até os dois e puxo o braço de Michael.

— Que porra é essa!? — Exclamo.

— Estamos andando pela escola. — Ele pega a mão se William. — Nós nos amamos muito e temos esse direito.

— Amamos!? — William pergunta com os olhos arregalados e boca aberta.

— Cala a boca. — Ele diz olhando para William.

Já deu.

Puxo Michael pela camiseta deixando nossos rostos a poucos centímetros.

— Não manda ele calar a boca! — Exclamo e empurro ele.

Ele se aproxima de novo.

— Quem é você para dizer alguma coisa sobre o que devo ou não fazer?

— O detetive mais bem sucedido da cidade mais famosa da Inglaterra. E quem é você!? — Provoco — Seu trabalho é ficar coagindo pessoas a se interessarem por você mesmo que você saiba que você é tão bosta que se você não tomar a inciativa de oprimir alguém, ninguém vai te querer sem ameaça?

Ele tenta me dar um soco, mas me inclino para trás, e seguro seu punho ao levantar.

— Quer mesmo fazer isso?

William puxa Michael pelo braço e joga na parede.

— Para! — Ele exclama apertando o maxilar de Michael — eu cansei de você! Não aguento mais ter que aturar você, que se dane! — William dá um tapa na cara de Michael.

Michael pega o pescoço de William e aperta o deixando sem ar.

— Acho melhor você lavar sua boca com sabão, seu babaca merda.

— Solta por favor — Ele diz sem ar em quanto se debate e da vários tapas no braço de Michael.

Eu nunca fui a favor da ofensiva, sempre optei pela defensiva, mas nesse caso, não consigo apenas defender William sem agredir Michael fisicamente e sei que isso fere a integridade dele, mas que se dane. Ninguém mexe com William em quanto eu estiver aqui!

Arregaço as mangas e dou um soco na cara de Michael o que o faz soltar William e cair no chão.

Abraço William e aponto para o corredor.

— Some daqui! — Digo, mas ele não se mexe — Agora, caralho!

Ele se levanta, aponta para mim e passa o dedão no pescoço dele. Em seguida, ele corre para longe.

— Você está bem? — Digo olhando para o rosto de William em quanto seguro seu rosto, mas desço o olhar o pescoço dele o qual está muito vermelho, logo sou tomado por raiva, tristeza e uma vontade inconsolável de vingança.

— Eu... — ele tenta falar. — Quero ir... embora... — a voz dele falha e ele tosse ao parar de falar.

Coloco a mão nas costas dele e viro ele para o lado do portão e andamos calmamente até meu carro.

A partir de agora, eu odeio esse Michael. Não importa se ele ajuda pessoa carentes ou faça seja lá o que para os outros. Se mexeu com William, eu vou odiar ele até ele se redimir.

Apuração Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora