Apuração Do Amor

Requisição

Ação ou efeito de requisitar;

pedido, exigência.

Sempre que fazia viagens, para mim a pior parte era fazer as malas. Se você põe muita coisa, a mala não fecha, e se põe pouca, parece que falta algo e isso faz você olhar a casa toda para ter certeza. E tem a outra opção. Você colocou tudo e não fechou, então coisas são retiradas e agora você se questiona se vai precisar do que tirou.

Eu estou na terceira opção. Eu acredito que vou usar tudo, mas não sei.

Meu celular começa a tocar em cima da mesa, fazendo com que me levante do chão para pega-lo.

É uma ligação de William.

— Olá? — Digo em dúvida se deveria dizer minha frase padrão de iniciação em uma conversa por ligação.

— Posso ir com você? eu não tenho compromisso e estou entediado de Londres. — Ele diz repentinamente.

— Eu sinceramente tenho medo que seja perigoso. Não posso arriscar a vida de alguém.

Me agacho ao lado da mala e coloco o celular no ombro, assim, começo a fechar a mala e quando falta um pouco lembro de duas coisas. A carta que ainda não abri e o outro DVD. Pego eles em cima da mesa, colocando num compartimento pequeno da mala para não amassar e estragar as provas. Ainda não li e assisti a carta e nem o DVD.

— Por favor, Luc. Você sabe como Londres pode ser tediante. — Fico em silencio do outro lado da linha, ele me chamou de Luc? — Desculpa. Posso te chamar assim?

— Eu... Acho que sim. — Suspiro depois de um silencio constrangedor. — Olha, você pode ir, mas recomendo que não vá com a gente na investigação. É perigoso. Eu quase levei um tiro semana retrasada, e...

— Você o que? — Ele me interrompe. — Quando isso aconteceu?

— Eu não me lembro do dia, mas agora não posso conversar. Me encontra na Long Express Station quando for... —olho o relógio no meu pulso. — Meio dia em ponto para comprar a passagem a tempo para você a tempo.

— Até logo.

— Até, William

...?🔍︎...

— Odeio vir a estação. Aqui é muito barulhento. — Digo para Freddie que está sentado no mesmo banco que eu ao meu lado direito. — Pessoas fazem tanto barulho quanto uma sala cheia de papagaios e outros pássaros.

— Pois é — Ele concorda. — Que horas o trem sai?

— Se tudo correr bem, as uma da tarde.

Freddie olha o relógio e abre a boca para falar.

— E se correr mal?

— As duas, ou exagerando, as três ou quatro da tarde.

Vejo William correndo em minha direção vindo do meu lado esquerdo. Sorrio e aceno, me levantando espontaneamente quando ele se aproxima.

— Já comprou a sua passagem?

Ele tira do bolso e me mostra um ticket de passagem.

— Isso responde sua pergunta?

Assinto com a cabeça sorrindo sem mostrar os dentes.