CAPÍTULO 27

7.9K 1K 1.1K
                                    

ISABELLA MILLER

— Meu Deus, como você é horrível nisso. — Darcy diz, tirando a arma de brinquedo da mão do Ben e se ajeitando para mirar no alvo.

— Nossa, como você é uma péssima namorada. — Ben responde, fingindo estar ofendido. Darcy se vira, olhando séria para ele. — Estava tentando pegar o bichinho para você. — Ela diz, apontando para o pelúcia gigante na prateleira de prêmios.

É engraçado ver o Ben murchando quando Darcy lança aquele olhar sério para ele. Esse homem é totalmente rendido por essa mulher.

— Só faltou se ajoelhar. — Ben me olhou com um sorrisinho. — O quê?

— Gosto de você assim, me perturbando. — Reviro os olhos, rindo.

Isaac se vira para mim com um sorriso. Eu estava logo atrás dele enquanto ele segurava a arma. Estamos em uma barraca de tiro ao alvo, rodeada de luzes piscantes e vozes animadas. Os prêmios pendurados variavam de ursos gigantes a pequenos pirulitos de consolação. No meu caso, só consegui um pirulito, já que fui péssima tentando acertar o alvo.

— Parece que eu só vou ganhar um pirulito. — Ele deixa a arma no balcão, observando com um sorriso de canto.

— Às vezes, um docinho é bom. — Ele ri e pega o pirulito que o dono da barraca oferece.

— Consegui! — Darcy grita, pulando de alegria e levantando os braços.

Todos que estavam nas barracas ao redor olharam para ela, intrigados com a sua animação contagiante. Ben, ao seu lado, sorriu orgulhoso.

— Eu quero aquele grandão. — Darcy aponta para um urso de pelúcia gigantesco, que se destaca na barraca, sendo claramente maior do que ela mesma.

— Amor, você não acha que ele é um pouco exagerado? — Ben observa o urso com uma expressão cética, tentando conter um sorriso ao ver a escolha ousada de Darcy.

— Quero esse mesmo, moço. — Darcy mantém seu olhar firme e determinado. Eu dou uma risadinha, achando graça na insistência dela.

Enquanto o dono da barraca tenta pegar o urso pendurado, Isaac se aproxima de mim, suas mãos se estendendo para encontrar as minhas. O toque firme e gentil me faz sentir um frio na barriga.

Não posso negar que, ao sentir sua mão segurando a minha, um misto de emoções tomou conta de mim. Meu coração acelerou como se estivesse prestes a saltar do peito. Era uma sensação nova, especialmente considerando que ele nunca havia feito isso. Embora o contexto do nosso passeio com amigos e o namoro falso possam ter contribuído para o gesto, mas eu sentia que havia algo mais genuíno na forma como ele me olhou e segurou minha mão.

Ele se aproxima do meu ouvido, e um frio percorre minha espinha.

— Eu preciso te confessar uma coisa — ele diz, e eu me viro para ele, nossos rostos quase se tocando. — Eu senti muita falta do seu sorriso e das suas risadas.

Eu estava nervosa com nossa proximidade, mas, ao mesmo tempo, feliz por ele ter compartilhado isso comigo.

— Então quer dizer que você sentiu falta, é? — minha voz saiu um pouco falhada, mas ainda assim clara. — De 1 a 10, quanto você sentiu falta?

Ele se afasta um pouco, e eu respiro aliviada, já estava quase sem ar. Isaac solta uma risada suave antes de se aproximar novamente do meu ouvido.

— Se você quer saber, eu tenho certeza que passou dos 10. Eu realmente senti muita falta. — Ele sussurra, e eu estremeço. A voz de Isaac, quando sussurra, fica muito mais grave, e isso me faz arrepiar.

Olhares AmargosOnde histórias criam vida. Descubra agora