۫ ּ ִ ۫ ˑ ֗ ִ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟓 ۫ ּ ִ ۫ ˑ ֗ ִ

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Blue Flame

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Blue Flame

Quando voltei para o meu andar no prédio, passei em frente à porta de Morgie e encarei a espessa madeira enquanto cerrava meus punhos e os avançava até ela. Porém, me segurei, puxando-os de volta ao tentar conter a fúria que as palavras cuspidas de Malévola me provocaram, as quais pareciam tão inocentes, porém muito bem calculadas. Tudo o que eu mais queria era erguer o garoto pelo pescoço e fazê-lo sentir a pele queimar com o fogo que cresceria em meus dedos. Entretanto, antes que eu pudesse abrir aquela porta, o riso de James ecoou de dentro do quarto, e eu recuei.

Estavam se divertindo e provavelmente não se importavam em saber onde eu estive na última hora. Me culpei por aquilo, afinal, eu estava tão fora de eixo nos últimos dias que nem conversamos direito. Amor e amizade são coisas que se demora para conquistar, mas também são facilmente perdidas, como se os laços nunca houvessem existido. Me afastei por completo e destranquei meu próprio dormitório, vendo que um comunicado havia sido passado por debaixo da porta. Peguei-o e abri o envelope enquanto entrava em meu quarto, retirando o selo da Academia. Meus olhos passaram pelas letras rapidamente e meus ombros se tensionaram antes que eu jogasse o papel para longe e me jogasse na cama.

Amanhã conversaríamos com nossas famílias pelo espelho mágico, algo que eu queria poder adiar o máximo possível. Olhei para o teto, já chamuscado, e tracei as linhas escuras como se pudesse me distrair. Não sinto saudades de casa, muito menos de quem está lá agora, gente que está torcendo para que eu faça uma grande idiotice e seja expulsa para viver com pessoas normal. James falava sobre Londres às vezes, quando se referia à família, e eu imaginava que talvez até mesmo lá seria melhor do que ser obrigado a conviver com meus irmãos.

No entanto, o submundo me esperava. Um futuro tão próximo que me fazia arrepiar, não com medo do que eu poderia encontrar lá, mas com a dúvida de nunca mais sair. Não me importava nem um pouco com corpos sem vida, afinal, um dos lugares que mais achava bonito nos Muitos Reinos era a Floresta dos Mortos. Entretanto, a certeza de que ao colocar os pés lá embaixo seria impossível voltar, me consumia de forma assustadora.

Meu corpo começava a se esquentar, como acontecia tantas vezes quando eu continha aqueles sentimentos de raiva e dor. As chamas invadiam cada parte de meu corpo e tudo o que eu podia fazer era abrir a janela e me sentar em seu sofá, recebendo a fria brisa da noite. Meus olhos se fecharam com força enquanto aquilo parecia me queimar de dentro para fora, e minha garganta se fechava cada vez mais, tornando um desafio respirar. O poder que tenho se intensificou nos últimos meses e eu não sabia como lidar ou controlar, apenas aguentar a dor e esperar a próxima vez que acontecesse.

As portas para o espelho mágico seriam abertas em poucos minutos, então todos estavam reunidos no pátio, anotando o que queriam dizer e fazendo os últimos ajustes em seus preparativos. Morgie tagarelava animado, mal podia esperar para contar que tinha feito um feitiço com sucesso, e Hook aproveitava para parabenizar o amigo, mais como uma zoação do que uma verdade.

𝐑𝐎𝐓𝐓𝐄𝐍 𝐓𝐎 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐑𝐄 - 𝙃𝙖𝙙𝙚𝙨 𝙚 𝙈𝙖𝙡𝙚́𝙫𝙤𝙡𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora