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Esmerald Flame
Meu rosto queimava quando sai do quarto de Hades, minhas bochechas tão vermelhas que pareciam sangue e um sorriso idiota permanecia em meus lábios, algo que eu não sabia como lidar. Era estranho me sentir daquela maneira, pois mesmo que houvesse sido divertido, ainda não deixava de ser Hades. Foi tudo tão rápido e eu nem se quer havia pensado muito antes de agir, ainda me perguntando qual era de fato a necessidade de eu ter entrado em seu quarto e ainda permanecido, apesar das circunstâncias.
Toquei meu rosto, sentindo o calor contrastar com minhas mãos frias ao percorrer pelo corredor. Eu ainda sentia a textura de sua pele sob a ponta de meus dedos, o momento vivido em minha mente, a imagem de seu peito nu e a forma como sua risada ecoava por cada centímetro de meu corpo. Era como uma vibração constante que me fazia quase desequilibrar com a intensidade.
Passei pela porta de Morgie e percebi que havia uma fresta, a qual pareceu me chamar para mais perto. Meus passos se aproximaram e empurrei a madeira para espiar um pouco de seu interior, percebendo que o quarto estava vazio. Então, como uma resposta aos meus questionamentos, ouvi uma batida logo a frente e segui o som com os olhos, parando na porta de James.
-- Hmm, faz sentido... – concluí, indo em direção a ela e adentrando o quarto.
James estava deitado de bruços na cama, seu rosto pressionado contra a almofada como se tentasse se esconder do mundo ao seu redor. A respiração dele estava abafada, e o som ocasional de um suspiro profundo escapava pelos lados da almofada. O quarto estava em desordem, com roupas espalhadas e uma pequena mesa de madeira cheia de papéis e mapas desorganizados. Morgie andava de um lado para o outro gesticulando exageradamente, enquanto resmungava impaciente.
-- Vamos, diga logo! – o loiro exclamou e então parou momentaneamente, cruzando os braços sobre o peito, mas logo recomeçou a andar, claramente incapaz de permanecer parado.
-- Eu já disse que não posso – o pirata respondeu com um tom de voz que misturava frustração e cansaço.
Meu olhar percorrendo a cena com curiosidade para finalmente perguntar:
-- O que está acontecendo? – a voz já nervosa, tentando entender o motivo de tanta agitação.
James se virou e sentou na cama, de supetão, suspirando ao me encarar. A maquiagem em seus olhos estava manchada e seu cabelo um tanto bagunçado, deixando claro que algo estava errado. Morgie, ao perceber minha chegada, pareceu encontrar uma nova esperança. Seu rosto ganhou uma expressão mais animada, e ele começou a falar com uma energia renovada, gesticulando com mais intensidade enquanto se dirigia a mim.
-- Finalmente! – Morgie exclamou, quase pulando de entusiasmo. -- Talvez você possa convencer esse chato a falar. Preciso saber o que está acontecendo!
No entanto, antes que ele pudesse continuar, James o interrompeu com uma voz firme, ainda abafada.
-- Não, não. Eu já expliquei o suficiente. – Então respirou fundo e tentou deixar sua expressão o mais leve que conseguia. – Enfim... que bom que você está aqui... Me conte, onde estava? – sua voz saiu com um pouco de dificuldade, como se não fosse fácil montar uma frase completa em sua mente.
