Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Blue Flame
Chamas merodeavam pelo quarto, chegando a quase me engolir pela forma como algumas chegavam ao teto, queimando o restante do gesso e da madeira que ainda não havia sido chamuscado. A fúria ainda corria por minhas veias dolorosamente, mas eu não podia fazer mais nada além de olhar para o fogo que eu havia causado e esperar algum milagre. Não queria surtar novamente, ou teria de voltar para casa, algo que eu estava tentando evitar ao máximo.
Aquela era a prova de que de fato nada poderia dar certo para mim, já que eu já não tinha mais meu amigos e agora, muito menos Malevola. Eu nem se quer quero vê-la em minha frente novamente e lidar com sua imaturidade e impulsividade. Ela nem se importou antes de beijar Adam, não quis me ouvir ou tentar entender que Fay poderia ter feito algo para que ela ficasse contra mim.
Hook apenas me encarou com decepção e então foi ao encontro dela, exatamente como Morgie. Os dois agindo como se não tivessem magoado de fato várias garotas por vontade própria, enquanto eu, que nem tinha a intenção fui taxado como o maior idiota. Ela enfiou a maldita língua na boca de outro cara e eu que sou o errado, sendo que mal encostei em Fay.
Um rugido saiu de meus lábios e joguei a primeira coisa que vi ao meu lado, sendo um despertador que eu nem lembrava ter perdido embaixo de minha cama. Ele se chocou contra a parede e se espatifou, seus cacos e engrenagens se espelhando pelo chão, exatamente como eu me sentia. Agora, viver no submundo, longe de qualquer outro ser vivo para sempre, não parecia tão ruim.
Alguém bateu à porta e ignorei de imediato, tentando me calar para que quem quer que fosse, desista e vá embora. Porém a batida era insistente, o que fez com que eu me irritasse e jogasse os livros que estavam em minha cama na direção da porta.
— Diabos, Hades. — a voz do pirata ecoou do outro lado da porta, o que me fez franzir o cenho.
Ele não disse mais nada, mas não deixei de escutar sua respiração que pareci um pouco ansiosa. Repensei o que fazer diversas vezes antes de responder.
— Eu mesmo. — minha voz saiu o mais entediada que consegui, porém mesmo assim o rancor não conseguiu se esconder.
A fechadura girou de um lado para o outro enquanto ele tentava, impacientemente, tentar abrir a porta trancada. Bufando, segui até a lá e girei a chaves no trinco, um pouco hesitante, e então o encarei. Ele se assustou ao notar que eu realmente o daria atenção, seus dedos nervosos, os quais seguravam algo, se esconderam atrás do próprio corpo.
— O que você quer? — perguntei após perceber que ele havia se esquecido de falar.
— Ah sim... — ele se calou por um instante, procurando as palavras e dividindo sua atenção entre meus olhos e a parede. — Eu sei que você deve me odiar agora e vai me odiar ainda mais quando eu te contar isso, mas...
