Três.

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Valentina Ferragni
Milão, Itália

Acordei na manhã seguinte com o som insistente da campainha. Minha cabeça ainda estava pesada do turbilhão de pensamentos e preocupações da noite anterior. Levantei-me devagar, tentando afastar a sensação de cansaço e abri a porta, surpresa ao encontrar minha irmã Chiara parada ali.

Ela estava impecavelmente vestida, como sempre, com uma expressão que mesclava preocupação e determinação.

– Chiara? O que você está fazendo aqui tão cedo?

Ela entrou no apartamento sem esperar pelo convite, um claro sinal de que não estava ali para uma visita casual.

– Fedez me contou sobre a sua reação ontem quando ele brincou sobre você estar grávida. Estou preocupada, Valentina. Você está bem?

Respirei fundo, tentando manter a calma. A última coisa que eu queria era preocupar ainda mais minha família.

– Estou bem, Chiara. Sério. Não há chances de eu estar grávida. Foi só um mal-estar. Você sabe como essas coisas podem acontecer.

Ela cruzou os braços, me olhando com aquele olhar característico que ela usava quando estava tentando ler alguém.

– Não pareceu só um mal-estar, Valentina. E Fedez disse que você ficou bastante perturbada com a piada dele. Por favor, seja honesta comigo.

Meu coração acelerou. Não queria mentir para minha irmã, mas também não queria que ela se preocupasse inutilmente.

– Eu realmente não estou grávida, Chiara. Não há nenhuma chance disso. Você pode relaxar.

Chiara não parecia convencida. Ela olhou para mim por um momento antes de abrir a bolsa e retirar um pequeno pacote.

– Então não vai se importar em fazer um teste de gravidez, certo? Só para termos certeza.

Olhei para o pacote em sua mão, sentindo uma mistura de frustração e medo. Não queria fazer o teste, mas também não queria continuar mentindo para ela.

– Chiara, isso é ridículo. Não preciso fazer um teste. Já te disse que não há chance.

Ela se aproximou, colocando uma mão no meu ombro.

– Valentina, estou preocupada com você. Só quero ter certeza de que está tudo bem. Por favor, faça o teste. Se não for nada, então ótimo. Mas se for... é melhor sabermos agora.

Suspirei, sabendo que ela não iria desistir facilmente. Peguei o teste de sua mão, sentindo a tensão aumentar.

– Tudo bem. Vou fazer o teste. Mas só para te provar que estou bem.

Chiara assentiu, aliviada.

– Obrigada, Val. Só quero o melhor para você.

Fui ao banheiro, segurando o teste com mãos trêmulas. Fechei a porta atrás de mim e respirei fundo. Sabia que era uma medida extrema, mas a preocupação de Chiara era genuína. Fiz o teste rapidamente, tentando não pensar nas possíveis consequências. Quando terminei, coloquei o teste na bancada e saí do banheiro, encontrando Chiara me esperando do lado de fora.

– Pronto. Agora só precisamos esperar alguns minutos.

Ela assentiu, nos guiando até a sala de estar. Sentamos no sofá, o silêncio entre nós pesado e cheio de expectativa. Chiara segurou minha mão, apertando levemente em um gesto de apoio.

– Não importa o que aconteça, estou aqui para você, Valentina. Sempre.

Assenti, grata pelo apoio dela, mesmo que não quisesse admitir que talvez precisasse.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora