Supermodel - Damiano David.

Quatorze.

Valentina Ferragni
Los Angeles, CA

Los Angeles nos recebeu com seu céu azul e o sol abrasador, mas eu mal podia sentir a energia vibrante da cidade. Meu estômago estava embrulhado, um misto de nervosismo e desconforto com o que estava por vir. Damiano e eu íamos ao VMA, e a ideia de pisar naquele tapete vermelho me deixava tensa. Ele parecia tranquilo, como sempre, mas eu sabia que ele também estava lidando com seus próprios demônios.

Quando chegamos ao local, fomos recebidos pelo mar de paparazzi que esperavam ansiosamente por uma foto, uma declaração, qualquer coisa que pudessem transformar em manchete. O som dos cliques das câmeras era ensurdecedor, e as luzes dos flashes me cegavam momentaneamente.

— Por que Damiano David veio sem o restante da banda? — uma voz gritou entre a multidão de fotógrafos.

Damiano, sempre o mestre das respostas rápidas, respondeu calmamente:

— Este ano estamos aqui apenas como convidados. A banda não foi indicada, mas não poderíamos deixar de prestigiar o evento.

Eu forcei um sorriso, tentando parecer confiante, embora meu coração batesse acelerado. Seguimos em frente, os flashes ainda disparando ao nosso redor.

— Vai dar tudo certo — Damiano sussurrou para mim, apertando minha mão antes de me puxar para mais perto.

Quando chegamos ao tapete vermelho, o momento que eu mais temia aconteceu. Damiano, com toda sua naturalidade performática, me puxou para um beijo — ou melhor, para o que deveria parecer um beijo. Nossos lábios não se tocaram de verdade, mas ele manteve o rosto tão próximo do meu que eu podia sentir sua respiração quente. Foi um ato para as câmeras, um movimento calculado, mas mesmo assim, meu coração pulou uma batida.

Me forcei a continuar sorrindo, disfarçando o desconforto. Havia um papel a desempenhar, e eu não podia falhar agora. O beijo falso foi rápido, e seguimos em frente, prontos para enfrentar o que viesse a seguir.

Dentro do evento, o ambiente era luxuoso e opulento, como sempre. O salão estava cheio de celebridades, cada uma mais deslumbrante do que a outra. Eu tentava me manter firme ao lado de Damiano, seguindo sua liderança.

Mas então, ela apareceu. Dove, a garota por quem Damiano tinha uma breve relacionamento antes dessa bomba explodir em nossa cara, se aproximou com aquele andar de quem sabe que está no controle. Ela nos viu imediatamente e um sorriso malicioso se formou em seus lábios. Eu sabia que aquilo não ia acabar bem.

— Damiano! — Dove exclamou, se aproximando de nós com uma falsa doçura. — Que surpresa te encontrar aqui. E quem é essa?

Ela olhou para mim, de cima a baixo, avaliando cada detalhe da minha aparência. Sua voz pingava veneno, mesmo que ela tentasse disfarçar.

— Dove, essa é Valentina — Damiano respondeu, sua voz firme, mas com uma ponta de tensão. — Minha... namorada.

A palavra saiu da boca dele como um tiro. Eu sabia que era parte do jogo, mas ainda assim, me afetou. Dove levantou uma sobrancelha, claramente não convencida.

— Ah, namorada... — ela repetiu, como se fosse um conceito que ela nunca tinha considerado. — Interessante. Não sabia que você tinha mudado de ideia sobre... certas coisas.

Seus olhos se fixaram nos meus, desafiando-me. Ela estava marcando território, deixando claro que ela ainda tinha um lugar na vida dele. Mas eu não estava disposta a ceder tão facilmente.

— Certas coisas mudam quando se está com a pessoa certa, não é? — repliquei, mantendo minha voz calma, mas carregada de ironia.

Dove sorriu, mas seus olhos estavam frios.