Dezesseis.

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Valentina Ferragni
San Diego, CA

O show estava prestes a começar, e eu sentia o coração acelerado no peito. Damiano e eu estávamos no meio da multidão, cercados por fãs tão animados quanto eu. As luzes começaram a diminuir, e a energia no ar ficou palpável. Quando os primeiros acordes ressoaram pelo espaço, senti um arrepio percorrer minha espinha. Aquele momento era real, e eu estava ali, prestes a ver minha banda favorita ao vivo. Mal podia acreditar.

— Isso é surreal! — gritei para Damiano, tentando fazer minha voz ser ouvida acima da música. Ele riu, acenando a cabeça e puxando-me para mais perto.

— Achei que você fosse gostar — ele respondeu, com um sorriso travesso. — Agora só falta você se jogar na multidão e tentar subir no palco.

Revirei os olhos, mas estava tão animada que nem me importei com a provocação. Eu estava completamente imersa no momento, e cada música que eles tocavam parecia me levar para um estado de euforia. Eu cantava junto com as letras, saltando no ritmo da música, e me sentia como se tivesse voltado à adolescência.

Damiano se divertia com a minha empolgação, rindo cada vez que eu gritava ou pulava mais alto do que o esperado. Mas ele não estava apenas rindo de mim; ele também estava participando, me puxando para dançar, cantando junto comigo, embora eu soubesse que ele não era fã da banda como eu era. Isso só tornava a noite ainda mais especial.

Quando os primeiros acordes de "Bloodhound" começaram a tocar, senti meu coração bater mais forte. Essa música era uma das minhas favoritas, e enquanto eu cantava junto, me deixei levar pela melodia e pela letra. Havia algo nessa música que sempre me tocou de forma especial, e Damiano percebeu isso.

— Você está surtando mais do que o normal agora — ele comentou, observando-me com um sorriso.

— Eu amo essa música! — exclamei, segurando sua mão e pulando no ritmo. — Tem algo nela que sempre me fez sentir... não sei, conectada de alguma forma.

Damiano riu, mas seus olhos mostravam que ele estava interessado.

— Sério? O que é?

Olhei para ele, hesitando por um momento. Era um pouco embaraçoso admitir, mas a verdade era que aquela música tinha influenciado minha decisão de concordar em chamar a nossa filha de Violetta.

— Bem... — comecei, sentindo minhas bochechas corarem. — Sabe a parte da letra onde eles dizem "I'm living in the violet sounds"? Eu sempre amei essa parte, e acho que, inconscientemente, foi uma das razões pelas quais eu aceitei o nome Violetta.

Damiano pareceu surpreso por um momento, mas então ele sorriu, apertando minha mão.

— Isso é lindo, Vale. Realmente lindo.

Ele me puxou para mais perto, e dançamos juntos enquanto a música continuava a tocar. Aquele momento parecia mágico, como se estivéssemos em nosso próprio mundo, apenas nós dois e a música. E por um instante, esqueci de tudo ao nosso redor. Apenas nós dois, conectados pela música e pelo que estava por vir.

À medida que o show prosseguia, eu me perdia cada vez mais na experiência. Cada música parecia me atingir de uma forma diferente, e a presença de Damiano ao meu lado só tornava tudo ainda mais intenso. Ele cantava junto comigo nas músicas que conhecia, e às vezes apenas me observava com um sorriso, provavelmente se perguntando como eu conseguia ser tão apaixonada por uma banda.

Quando os primeiros acordes de "Vapor" começaram, senti um arrepio percorrer minha espinha. Aquela música, em particular, tinha um significado especial para mim. As notas suaves, a letra melancólica, tudo parecia perfeito. Olhei para Damiano e percebi que ele também estava sentindo a intensidade daquele momento.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora