Quarenta e Sete.

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Valentina Ferragni
Milão, Itália

Eu estava sentada no sofá, tentando manter a calma enquanto Violetta corria pelo apartamento, mais animada do que nunca. Ela não parava de falar sobre a viagem, sobre os cangurus que veria e sobre o Tio Lorenzo, que já tinha prometido dar uma espiada nela pela irmã. Minha mente, no entanto, estava a mil. Era a primeira vez que ela viajaria sozinha com o Damiano, e por mais que eu confiasse nele, era difícil não me preocupar.

— Mamãe, você sabia que os cangurus podem pular bem alto? — Violetta perguntou, os olhos brilhando de entusiasmo.

— Sabia sim, meu amor — respondi, forçando um sorriso. — Você vai adorar vê-los de perto.

Ela continuou falando sobre os cangurus e sobre como estava ansiosa para rever o Tio Lorenzo. Sabia que ele iria manter um olho nela para mim, e isso me dava um pouco de tranquilidade. No entanto, o aperto no meu peito não desaparecia. Ser mãe significava viver nesse constante estado de preocupação, e agora, com minha filha prestes a viajar para o outro lado do mundo, essa preocupação parecia ter se intensificado.

Quando ouvi a porta se abrir e vi Damiano entrar, Violetta correu até ele, abraçando-o com tanta energia que ele quase perdeu o equilíbrio.

— Papai, papai! Vamos ver os cangurus! — ela exclamou, puxando-o pela mão.

Damiano riu, olhando para mim por cima da cabeça dela.

— Parece que alguém está animada — disse ele, tentando segurar a pequena que estava inquieta de tanta empolgação.

Eu me aproximei, tentando esconder minha inquietação. Agora que ele estava ali, com Violetta praticamente saindo pela porta, senti o pânico começar a tomar conta.

— Damiano, você tem certeza que vai conseguir lidar com ela sozinho? Não esqueça de levar o remédio para enjoo, e certifique-se de que ela coma alguma coisa saudável durante os shows. Ah, e não se esqueça de...

— Valentina — ele me interrompeu, a voz ligeiramente irritada. — Eu sei como cuidar da nossa filha. Eu não passo mil instruções pra você quando vocês viajam.

Parei por um momento, sentindo o rosto esquentar. Ele estava certo, e eu sabia disso. Mesmo assim, não conseguia evitar. Era instintivo, e a ideia de ficar longe de Violetta por tanto tempo me deixava ansiosa.

— Eu só... me preocupo, sabe? — murmurei, abaixando o olhar. — Desculpa.

Damiano suspirou, suavizando a expressão.

— Eu sei, Vale. Mas confia em mim, ok? Vai ficar tudo bem.

Tentei sorrir, mas estava difícil. Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, Damiano tentou quebrar o clima tenso.

— Ah, quase esqueci — disse ele, pegando o celular do bolso. — O Luke, do 5SOS, mandou uma mensagem. Ele quer ingressos para o show.

Minha expressão imediatamente se iluminou.

— E o que você respondeu?

— Que vou ver o que posso fazer.

— Se você não fizer ele gravar um vídeo para mim, pode esquecer que eu olhe na sua cara de novo — brinquei, tentando aliviar a tensão.

Damiano riu, e mesmo eu não conseguindo evitar uma risada. Era uma piada interna entre nós, algo que sempre me fazia sentir mais leve. Mas antes que o clima pudesse relaxar de vez, Violetta puxou o pai em direção à porta.

— Vamos, papai! Quero chegar logo no aeroporto!

Eu a chamei de volta, tentando não mostrar o quanto estava me sentindo insegura.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora