Vinte e Cinco.

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Valentina Ferragni
Milão, Itália

A primeira noite em casa com Violetta foi um verdadeiro teste de resistência emocional. Eu e Damiano havíamos nos preparado para esse momento, mas nada poderia realmente nos preparar para a intensidade do que estava por vir. As horas pareciam se arrastar enquanto tentávamos de tudo para acalmar nossa filha, que chorava sem parar. Cada tentativa parecia falhar miseravelmente, e o pânico começou a se instalar em nós dois.

Eu estava sentada na cama, segurando Violetta em meus braços enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. Não era apenas o cansaço físico, era a sensação de impotência, de não saber o que fazer para confortar nossa filha. Eu olhei para Damiano, que estava ao meu lado, e vi que ele também estava à beira de um colapso, embora tentasse disfarçar.

— Dami... — Minha voz saiu trêmula. — Eu não sei o que fazer. Ela não para de chorar.

Damiano passou a mão pelos cabelos, exalando um suspiro pesado. Ele se levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro, claramente tentando pensar em uma solução. Mesmo tentando manter a calma, percebi que ele estava tão perdido quanto eu. De repente, senti uma onda de desespero, e comecei a chorar junto com Violetta.

Damiano parou no meio do quarto e me olhou, os olhos arregalados. Eu sabia que ele estava prestes a perder o controle também, mas, para minha surpresa, ele começou a rir. Não era uma risada de felicidade, mas uma risada nervosa, quase histérica. O riso dele me pegou de surpresa, e por um momento, eu não soube como reagir.

— O que você está fazendo? — perguntei, ainda soluçando, mas um pouco contagiada pela risada inesperada de Damiano.

— Eu... eu não sei! — ele respondeu entre risadas, os olhos começando a lacrimejar. — Isso é insano, Vale! Eu não faço ideia do que estou fazendo!

Por algum motivo, a risada dele me fez sentir um pouco melhor. Talvez porque me lembrou que, apesar de todo o caos, estávamos nisso juntos. Ele se aproximou de mim, ainda rindo, e pegou Violetta em seus braços.

— Vamos tentar outra coisa — disse ele, sua voz mais calma agora. Ele tirou a camiseta, ficando com o peito nu, e depois começou a tirar a roupinha de Violetta, deixando-a apenas de fraldinha. — Vi algo na internet sobre contato pele a pele. Talvez funcione.

Eu o observei com curiosidade enquanto ele segurava Violetta contra o peito nu, balançando-a suavemente. Ele começou a cantar baixinho, uma melodia suave que eu reconheci como uma das músicas favoritas dele. Para minha surpresa, o choro de Violetta começou a diminuir até que, finalmente, ela se acalmou completamente, aninhando-se contra o peito de Damiano.

Eu fiquei ali, olhando para eles, completamente chocada. A pequena Violetta, que havia passado a última hora chorando sem parar, agora estava tranquila, como se nunca tivesse estado em desespero. Era incrível como ela parecia encontrar conforto nos braços do pai, como se já tivesse desenvolvido uma conexão especial com ele.

— Como você fez isso? — perguntei, ainda sem acreditar.

Damiano sorriu, olhando para mim com ternura.

— Acho que ela só precisava de um pouco de contato com o papai. — Ele continuou a balançar Violetta suavemente, os olhos cheios de amor e admiração pela filha.

Eu me senti tomada por uma onda de emoção. Ver Damiano tão calmo e seguro, segurando nossa filha como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo, fez meu coração se encher de gratidão. Olhei para Violetta, notando como ela tinha o narizinho igual ao de Damiano. Isso me trouxe de volta a um momento da nossa jornada que evitamos durante toda a gestação.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora