Supermodel - Damiano David.

Vinte.

Valentina Ferragni
Milão, Itália.

Damiano havia sido misterioso desde que saímos para almoçar. Agora, me guiava até a casa da minha mãe para o que supostamente seria um jantar tranquilo. Mas, ao cruzar a porta, fui recebida por um coro de vozes familiares gritando:

— Surpresa!

Parei na entrada, completamente atônita, enquanto minha mãe, Chiara, Francesca, Fedez, e vários amigos se aproximavam para me abraçar. Havia balões espalhados pela sala, a mesa estava lindamente decorada, e o cheiro delicioso da comida caseira enchia o ambiente. Eu não fazia ideia de que todos estavam planejando uma festa surpresa para mim, e o coração disparou com a emoção.

— Vocês são inacreditáveis! — exclamei, rindo e tentando segurar as lágrimas.

Minha mãe veio até mim, me puxando para um abraço apertado. Seus olhos brilhavam com a alegria de ver minha reação.

— Achamos que você merecia uma comemoração especial — disse ela, acariciando meu rosto. — E o melhor de tudo é que agora você pode aproveitar sem se preocupar com o repouso.

Eu sorri, emocionada. Estar cercada por tantas pessoas que amava, depois de tudo que tinha passado nas últimas semanas, era o presente mais bonito que eu poderia receber.

Enquanto cumprimentava a todos, senti uma presença familiar ao meu lado. Olhei para ver Rosa, a mãe de Damiano, me abraçando com força.

— Feliz aniversário, querida! — ela disse com entusiasmo. — Damiano praticamente nos obrigou a vir celebrar com você hoje.

Damiano apareceu ao nosso lado, um sorriso um tanto envergonhado no rosto. Eu ri, tocada por sua dedicação.

— Obrigada, Dami — sussurrei para ele, apertando sua mão. — Isso significa muito para mim.

— Eu só queria que você tivesse um aniversário inesquecível — ele respondeu, com um brilho nos olhos. — E ninguém melhor do que a sua família e amigos para celebrar com você.

Ao longo do jantar, que estava delicioso, eu me senti envolvida por um calor familiar que há muito tempo não sentia. Era como se todo o estresse e ansiedade dos últimos meses tivessem sido substituídos por um sentimento de paz e felicidade.

Sentada à mesa, observava as conversas acontecendo ao meu redor. Fedez e Francesca discutiam sobre a decoração do quartinho de Violetta, enquanto Chiara ria de alguma piada que Damiano havia feito. Rosa estava conversando animadamente com minha mãe sobre as expectativas para a chegada do bebê, e até Bea, que costumava ser mais reservada, estava se enturmando com o grupo. Sentia-me completa.

Após o jantar, quando todos estavam distraídos com a sobremesa, Damiano sussurrou em meu ouvido:

— Vamos dar uma volta?

Assenti, curiosa, e ele me guiou até o terraço da casa. A noite estava clara, com poucas nuvens, e o céu estava repleto de estrelas. O ar fresco me fez bem, e fiquei ali, de pé ao lado dele, admirando a vista.

— Esse é o tipo de lugar onde sempre consigo pensar melhor — comentei, quebrando o silêncio. — O céu, as estrelas... é tudo tão vasto e cheio de possibilidades.

Damiano assentiu, mas percebi que ele estava nervoso, como se tivesse algo importante para dizer. Dei-lhe um pequeno empurrão de encorajamento.

— O que foi? — perguntei suavemente.

Ele riu de leve, passando a mão pelo cabelo, um gesto que aprendi a reconhecer como sinal de que estava tentando encontrar as palavras certas.

— Valentina... — começou ele, hesitante. — Temos nos aproximado muito nos últimos meses, e acho que estamos sentindo algo mais. Eu, pelo menos, estou.